segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Pinturas realistas


10 DE SETEMBRO DE 2013

original (33)

34 pinturas realistas que você vai ter certeza que são fotos

POR - 
Quando você rolar por essas 34 pinturas esquisitas e hiper-realistas, algo estranho acontecerá. Você vai começar a duvidar dos seus olhos, depois do seu cérebro, e depois das imagens. Você vai se convencer que pelo menos algumas delas não são pinturas, e sim fotografias. Elas têm que ser.
Mas quer saber? Você estará errado.
Clique nas imagens para observar as pinturas completas!

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Denis Peterson: Fora da pista. Uretanos em painel de madeira.


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Robert Bechtle: Berkeley Pinto (John De Andrea e sua família próximo a um carro Bechtles). 1976, óleo sobre tela.


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Gérard Gasiorowski: A aproximação. Sou eu, que preciso fazer grandes esforços para me manter na superfície das coisas. 1970, óleo sobre tela.


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Don Eddy: Sem título (Volkswagen). 1971, acrílico sobre tela.


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Malcolm Morley: Retrato no Central Park. 1969-1970, liquitex sobre tela.


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Tom Blackwell: Loja da Gap em Nápoles, na Itália. 2004, óleo sobre tela.


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Tjalf Sparnaay: Supersanduíche!! 2013, óleo sobre linho


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Anthony Brunelli: Monument Square. 1997, óleo sobre linho.


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Peter Maier: 1908 Indian Racer. 2005.


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Allan Gorman: sonho masculino. 2013, óleo sobre tela.


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Richard Heisler: pôr-do-sol em Shinjuku II. 2010, óleo sobre linho.


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Charles Hartley: Bahama Surf. 2012, óleo sobre poliéster.


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Chris Jenkinson: Bom Dia América. 2008, óleo sobre tela.


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Matteo Mezzetta: Dj #2. 2010, óleo sobre tela.


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Jerry Ott: Imagem bonita #1. 2011, acrílico sobre painel.


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Hilo Chen: Praia 125. 1996.


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Ron Kleemann: Red Bull. 2011, óleo sobre tela.


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Richard McLean: Favela Brymar de Lynne. 1991, óleo sobre linho.


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Bertrand Meniel: café da manhã em Fairmont. 2009, acrílico sobre linho.


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David Parrish: Midway. 2007, óleo sobre tela.


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Richard Estes: A Praça. 1991, óleo sobre tela.


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Clive Head: Domingo de manhã na Rua 42. 2001, óleo sobre linho.


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Méhes László: água morna I. 1970, acrílico sobre tela.


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John Salt: trailer azul. 1992-93, óleo sobre linho.


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Audrey Flack: Shiva Azul. 1973, óleo sobre acrílico sobre tela.


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Ben Schonzeit: Pimentas. 2011, acrílico sobre poliéster.


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Robert Gniewek: Lanchonete Rosie#10. 2011, óleo sobre tela.


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Ralph Goings: Lanchonete Miss Albany. 1993, óleo sobre linho.


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Luigi Benedicenti: Autunno 2. 2011 , óleo sobre painel.


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Raphaella Spence: Empire State. 2012, óleo sobre tela.


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Sharon Moody: A amazona me enganou. 2012 , óleo sobre painel.


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Hubert De Lartigue: Sushi. 2010 , acrílico sobre tela.


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Juan Cossio: Roda da fortuna. 2012, acrílico sobre tel

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ARTE DIGITAL

Não há limites para a arte digital

Escolher trabalhar de forma digital em vez de tradicional é algo que cabe a cada artista, porém há alguns benefícios em trabalhar com as ferramentas digitais.
Desenhar e trabalhar com ferramentas digitais representa um meio em si. Ele oferece uma diversidade de escolhas e oportunidade totalmente diferentes das do meio tradicional. De um ponto de vista prático, as ferramentas da arte digital são incrivelmente versáteis e indulgentes ao erro. Com a capacidade de criar com quase qualquer tamanho de tela que desejar, múltiplas camadas, aprimoramentos de cores e de luz (e até criar e personalizar seus próprios pinceis), há muito poucos limites para sua criatividade.
Etapa 1: entenda as ferramentas da marca
  • Aplicativos de arte digital: há muitos aplicativos a sua escolha, mas dois padrões profissionais se destacam do resto. O Adobe Photoshop, apesar da palavra “photo” (foto) no título, é uma das principais ferramentas de desenho e pintura de ilustração disponível. O Corel Painter é outro software de desenho e pintura de obras de arte muito popular em que muitos artistas digitais confiam. Ele tem uma abundância de ferramentas projetadas para mimetizar os meios tradicionais, o que ele faz muito bem
  • Mesa digitalizadora: quase todo artista digital prefere uma mesa digitalizadora sensível à pressão do que um mouse, pois ela oferece muito mais controle, semelhante ao de uma ferramenta de desenho tradicional.  A sensação natural da caneta em sua mão, e a ergonomia da experiência da arte digital são razões fundamentais para usar uma mesa gráfica.   Adicione os efeitos artísticos que você pode criar com uma caneta em outras ferramentas, e rapidamente, é como a diferença entre uma pintura com os dedos e uma obra-prima digital.
  • Iniciantes e estudantes gostam da linha Bamboo de mesas digitalizadoras por sua praticidade, versatilidade e preço.
Etapa 2: arte digital é arte, e artistas digitais são artistas
A arte digital costumava ser temida e criticada sobretudo porque as pessoas não a compreendiam. Costumava haver várias concepções errôneas sobre se, para se tornar um artista digital, era preciso algum talento ou conhecimento, ou se tratava-se apenas de pressionar alguns botões e chamar aquilo de arte. Mas vamos desfazer esse mito. Embora seja verdade que o uso de um computador e de um software irá oferecer-lhe opções que nenhum outro meio pode oferecer, o computador não irá fazer o trabalho por você.
Hoje em dia, você irá encontrar obras de arte digital penduradas em museus e galerias ao redor do mundo todo; ela se tornou um dos meios mais usados e acessíveis da arte comercial e das belas artes. E ela exige a mesma dedicação, talento e habilidade exigidos pelos outros meios para adquirir proficiência. A vantagem da arte digital está na edição, nos recursos de economia de tempo e na capacidade de controlar a opacidade, o tamanho do pincel e muito mais de uma forma simplificada e muito intuitiva.
Etapa 3: tornando-se um artista digital
  • Entenda as habilidades artísticas que você tem: Vamos ser sinceros: tentar um novo meio é algo que intimida, sobretudo se você é um artista que gastou anos trabalhando com as ferramentas tradicionais. Mas quando você muda para um novo meio, aquelas habilidades artísticas que você adquiriu tão arduamente não são deixadas para trás de forma tão repentina. Toda a experiência que você ganhou, de saber como misturar as cores, trabalhar com luz e sombra, textura, expressões, emoções, impacto, tudo isso vem junto com você.
  • Continue experimentando e evoluindo: A arte é sua; o meio é só como você a expressa. Ainda não encontramos um artista de sucesso que olha para sua obra e diz: “É, isso basta, eu não preciso melhorar nem tentar algo novo.” A melhor coisa sobre ser um artista é que existem mais recursos para ajudá-lo a se tornar proficiente com essas ferramentas do que jamais existiu em toda a história. Isso é empolgante.
  • Acredite em sua paixão: se você tem a ambição e a paixão de fazer arte, não há limites quando se trata de encontrar o treinamento e as informações para ajudá-lo a realizar sua paixão. Se você é um artista, a arte está dentro de você para ser explorada, você se expressa através das imagens que cria. Se você está lendo isso, o desenho e a pintura digital devem ser algo que você está considerando. Como em todas as coisas, é fácil encontrar desculpar para ignorar a curiosidade.
Mas, novamente, se você consegue descartar facilmente esse instinto de tentar coisas novas, em primeiro lugar, você nunca seria um artista.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

"Vitória de Samotrácia", vai passar por restauração

Louvre pede doações para restaurar 

"Vitória de Samotrácia"


Louvre pede doações para restaurar "Vitória de Samotrácia"
O Museu do Louvre vai lançar um apelo a doações, para financiar a restauro de uma das suas obras-primas, a estátua "Vitória de Samotrácia", esperando recolher um milhão de euros até ao final do ano, foi hoje divulgado.
A campanha "Todos mecenas" começa na terça-feira, dia a partir do qual a estátua alada grega de mármore, uma das mais famosas do mundo, deixará de estar exposta ao público, anunciou o museu parisiense à agência France Presse.
Descoberta na ilha de Samotrácia em 1863, aquela obra-prima da escultura grega representa a deusa da vitória Niké como uma figura da proa de um navio, e é datada do início do século II antes de Cristo. A cabeça da estátua nunca foi encontrada.
O restauro visa limpar a estátua de mármore branco e cinzento.
Simultaneamente, o Louvre vai restaurar a escadaria Daru, no topo da qual se encontra a "Vitória de Samotrácia", "sem nunca fechar este acesso, usado por cerca de sete milhões de pessoas por ano", disse à AFP Ludovic Laugier, engenheiro do departamento de antiguidades gregas, etruscas e romanas do museu.
A estátua deverá regressar ao local de exposição no verão de 2014, prevendo-se que a reparação da escadaria esteja terminada em março de 2015







sábado, 31 de agosto de 2013

INAUGURAÇÃO DO ESPAÇO CULTURAL DOS CORREIOS EM PONTA GROSSA

Neste sábado dia 31 de janeiro aconteceu a inauguração do Espaço Cultural dos Correios de Ponta Grossa. O Artista Marcelo Schimaneski teve suas telas expostas nesta primeira exposição e uma de suas obras a "Indústria Wagner" foi estampada em um selo comemorativo dos Correios.
Durante o evento o selo foi obliterado e o número 1 vai para o Museu dos Correios em Brasília.
O evento foi prestigiado por diversos convidados e autoridades e a exposição ficará aberta ao público até dia 30 de outubro no horário comercial da agencia.


Placa comemorativa do evento.


Depois do evento foi servido um delicioso coffe break

Visualização do espaço.


Celso Parubocz Curador do espaço cultural, Marcelo Schimaneski Artista, Sergio Grabicoski gerente da agencia, André Grden Presidente do Rotary Club Alagados, Paulo Eduardo G. Netto Presidente da Fundação Municipal de Cultura e José Nilson o Nilsão que assume como vereador na próxima quarta feira.


Selo depois de obliterado, uma das cópias vai para o Museu dos Correios em Brasília,


Lenita Stark e Marcelo 

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Impressoras 3D já podem reproduzir cópias quase perfeitas de obras de arte

Fujifilm cria um método de escaneamento e impressão junto ao Van Gogh Museum.

Impressoras 3D já podem reproduzir cópias quase perfeitas de obras de arte(Fonte da imagem: Reprodução/Fujifilm)
ocê já pensou em adquirir uma obra de arte original de algum pintor famoso, como Van Gogh, mas logo pensou que isso seria uma loucura pois não tem alguns milhões sobrando para fazer isso? Então saiba que a Fujifilm encontrou uma maneira um pouco mais em conta para você ter um quadro do pintor neerlandês na parede da sua casa.
Em uma parceria com o Van Gogh Museum, a Fujifilm desenvolveu uma técnica de escaneamento e impressão 3D chamada Reliefography. Essa tecnologia consegue reproduzir fielmente algumas das obras do artista. Cada quadro reproduzido custa aproximadamente US$ 34.000. Um valor elevado, mas nem perto da casa dos milhões que um original custaria.
A criação do Reliefography tomou sete anos da Fujifilm e o método é tão detalhado que apenas três cópias podem ser feitas por dia. A reprodução recria, além da obra, a moldura original, assim como pequenas notas presentes na versão original.
Até o momento, foram produzidas cinco recriações diferentes de obras de Van Gogh, com 260 unidades para cada uma delas, mas existem planos para que mais cópias sejam feitas no futuro.
A Fujifilm firmou um acordo com o Van Gogh Museum, mas outras galerias já estariam interessadas na tecnologia assim que a pareceria se encerre, daqui a três anos.
Fonte: GizmodoFujifilm


Leia mais em: http://www.tecmundo.com.br/impressora-3d/43758-impressoras-3d-ja-podem-reproduzir-copias-quase-perfeitas-de-obras-de-arte.htm#ixzz2dNa6uV8G

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Morre Artista Hudinilson Jr em São Paulo


Detalhe de performance - Divulgação
Divulgação
Detalhe de performance
Conhecido por seu trabalho de arte com o corpo, o artista plástico Hudinilson Jr. morreu ontem, aos 56 anos, em São Paulo. Segundo sua galerista, Jaqueline Martins, ele vivia sozinho e foi encontrado morto pela mãe. A causa da morte será definida pela autópsia. O trabalho de Hudinilson tornou-se famoso nos anos 1980, especialmente a série de fotografias intituladaExercícios de Me Ver, em que retratou a si mesmo simulando um ato sexual com uma fotocopiadora. Ele também integrou o grupo 3nós3. 











Biografia


Hudinilson Urbano Júnior (São Paulo SP 1957). Artista multimídia. Cursa artes plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado - Faap, entre 1975 e 1977. Experimenta múltiplas expressões artísticas como desenho, pintura, mail-art (arte postal), graffiti, xerografia (arte xerox), performance e intervenções urbanas, nas quais o corpo humano masculino é um tema recorrente. É um dos pioneiros no uso da arte xerox no Brasil.


Em 1979, funda o grupo 3nós3, com os artistas Rafael França (1957 - 1991) e Mario Ramiro (1957), que até 1982, realiza intervenções artísticas na paisagem urbana de São Paulo. A partir de 1982, inicia a série Exercícios de Me Ver, que consiste na reprodução xerográfica de partes do próprio corpo, com exposições na Galeria Chaves, Porto Alegre, e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo - MAC/USP em 1983. Seus trabalhos em graffiti, utilizando estêncil, são elaborados desde meados da década de 1980, no mesmo período, conhece Alex Vallauri (1949 - 1987), de quem recebe orientações e o acompanha em alguns trabalhos. Em 1984 participa da 1ª Bienal de Havana e da exposição Arte Xerox Brasil, na Pinacoteca do Estado de São Paulo - Pesp, da qual é o curador. Expõe na 18ªBienal Internacional de São Paulo em 1985 e na 3ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul, em 2002.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Sara Wookey,

Carta Aberta de uma Bailarina que se Recusou a Participar na Performance de Marina Abramović no MOCA




Sara Wookey, carta publicada a 23 de novembro de 2011.

Sara Wookey executando “Trio A” (1966) de Yvonne Rainer no Festival performático VIVA!, em Montreal. Foto de Guy L’Heureux

No dia 7 de novembro, participei numa audição para a produção da artista performática Marina Abramović no âmbito da gala anual do Museu de Arte Contemporânea (Museum of Contemporary Art ou MOCA) de Los Angeles. Eu quis fazer a audição, porque queria participar no projeto de uma artista, cujo trabalho acompanhei com interesse durante vários anos e porque se tratava de um projeto do MOCA, uma instituição à qual estou ligada enquanto artista residente em Los Angeles. De entre as cerca de 800 candidaturas, fui uma das duzentas selecionadas para a audição. Acabou por me ser proposto o papel de uma das seis mulheres nuas que reencenariam a obra emblemática de Abramović, “Nude with Skeleton” (2002), no centro das mesas, com lugares a chegar aos 100.000 dólares cada. Recusei pelas razões que aqui explano, razões que, acredito, têm de ser tornadas públicas.
Escrevo para abordar três pontos essenciais:
- Primeiro, para juntar a minha voz ao discurso em torno deste evento como artista que criticou a experiência e decidiu afastar-se; uma voz que, eu sinto, tem estado por demais ausente da cobertura dada pelo LA Times e o New York Times.
- Segundo, para clarificar a minha identidade como fonte de informação das condições que são pedidas aos artistas e explicitar o porquê de eu ter optado, até agora, por permanecer no anonimato relativamente ao meu e-mail para a Yvonne Rainer.
- E, terceiro, para alavancar uma mudança no pensamento dos trabalhadores da cultura, considerando o impacto em toda a linha, a curto e a longo prazo, das nossas escolhas pessoais, quer ao aceitar quer ao recusar qualquer tipo de trabalho.
Cada ponto visa apoiar o meu interesse preponderante na organização e formação de um sindicato que assegure padrões laborais e salários justos para os artistas performativos e de belas-artes, dentro e fora de Los Angeles.
Recusei participar enquanto performer porque o que se me afigurou foram algumas horas de trabalho criativo, uma refeição e a possibilidade de estabelecer contatos com outros colegas na mesma linha de ideias e isso resultava num trabalho mal pago. Seria suposto eu ficar ali nua e muda numa mesa em rotação lenta, começando ainda antes de os visitantes chegarem e ficando até depois de eles terem saído (um total de cerca de quatro horas). Seria suposto eu ignorar (permanecendo naquilo a que Abramović chama “modo performático”) qualquer potencial assédio físico ou verbal durante a atuação/exposição. Seria suposto eu comprometer-me com quinze horas de ensaio e assinar um contrato de confidencialidade, onde se dispunha que se eu falasse a alguém do que sucedera na audição seria processada pela Bounce Events, Marketing, Inc., a produtora do evento, no pagamento de um milhão de dólares além das despesas com os advogados.
Eu receberia 150 dólares como remuneração. Durante a audição, não houve qualquer referência a segurança, letreiros ou sinais indicando perigos para os artistas, e quando perguntei qual o tipo de proteção que nos seria dado, responderam-me não nos poderem garantir proteção. Enquanto candidata na audição para este trabalho, tive uma experiência extremamente problemática, potencialmente abusiva e de exploração.
Sou bailarina e coreógrafa profissional, com 16 anos de experiência nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. Tenho um Mestrado em Dança (Belas-Artes) da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Enquanto artista profissional a trabalhar para ganhar a vida, na classe média de Los Angeles, sinto-me ultrajada que não existam medidas práticas padronizadas, oficiais ou não, para as condições de trabalho e os benefícios para artistas e performers, ou para as relações entre criador, executante, local de apresentação e produtora, sobretudo quando concerne a indivíduos e instituições tão respeitados e profissionalizados como é o caso de Abramović e do MOCA. Já produzi mais de uma dúzia de trabalhos performáticos, na Europa, com elencos de 15 a 20 artistas. Ao contratar bailarinos, estava obrigada a respeitar uma tabela de remunerações nacional, acordada em base sindicalista, conforme o número de anos de experiência de cada artista. No Canadá, onde executei recentemente uma obra de outro artista, recebi 350 dólares por umaperformance de 15 minutos, não incluindo o tempo de ensaio que foi pago em separado, até um total de 35 horas, em conformidade com as normas estipuladas pela CARFAC (Canadian Artists Representation/Le Front Des Artistes Canadiens), criada em 1968.
Se o meu apelo para a criação de normas laborais para artistas parece estapafúrdio, pense-se na associação dos atores de cinema (Screen Actors Guild ou SAG, criada em 1933), na federação americana dos músicos (American Federation of Musicians ou AFM, fundada em 1896) ou na organização de cúpula dos atores e artistas associados da América (Associated Actors and Artistes of America ou 4As, fundada em 1919), que vinculam as indústrias do cinema, teatro e música a padrões de regulamentação e boas práticas para os artistas e entertainers comercialmente ativos. Se existe algum grupo de trabalhadores da cultura que merece normas básicas de trabalho, somos nós,performers, que trabalhamos em museus, cujos instrumentos são os nossos corpos e merecemos respeito e um tratamento humano. Os artistas de todas as áreas merecem um tratamento justo e igualitário e podemos organizar-nos, se nos preocuparmos o suficiente para nos empenharmos. Prefiro dar a cara como a artista franca do que ser a cabeça silenciada, a rodar lentamente (ou, pior ainda, o “arranjo”) no centro da mesa. Quero uma voz, alto e bom som.
Abramović convocou artistas, segundo citou o LA Times, que fossem “tipos fortes e silenciosos”. Sou seguramente forte mas não me conformo com o silêncio nesta situação. Recuso-me ser uma artista silenciosa em assuntos que afetem o meu modo de subsistência e a cultura da minha prática. Há assuntos demasiado importantes para serem silenciados e apenas calho a ser eu a denunciar e a romper o silêncio. Falo em resposta à ética, não ao material ou conteúdo artístico, e sei que não sou a única a sentir o que sinto.
Recusei a oferta de trabalhar com a Abramović e o MOCA (para participar na perpetuação de práticas laborais pouco éticas, exploradoras e discriminatórias) tendo em mente a minha comunidade. Impulsionou-me a trabalhar a favor da criação de normas éticas, direitos laborais e pagamento equitativo para artistas, especialmente bailarinos, que tendem a ser dos artistas mais mal pagos.
Chegou a altura de os artistas de Los Angeles e de todo o mundo se unirem, organizarem e trabalharem para alterarem as discrepâncias degeneradas entre os fundadores ricos e poderosos da arte e os artistas, essencialmente pobres, que estão ao seu serviço e de quem é esperado que propiciem o chamado conteúdo avant-garde, presciente ou “entretenimento”, como é cada vez mais o caso; e que é, afinal de contas, o merchandising ao serviço do dinheiro. Temos de fazer isto, não por causa do que aconteceu no MOCA, mas como resposta a uma necessidade maior (dolorosamente demonstrada nos eventos do MOCA) de equidade e justiça para os trabalhadores da cultura.
Não julgo os meus colegas que aceitaram papéis neste trabalho e eu própria sou vulnerável ao culto do carisma em torno dos artistas que são celebridades. Julgo, antes, as atuais condições sociais, culturais e económicas que fizeram com que se tornasse normal, natural e até horrivelmente banal a exploração dos trabalhadores da cultura, quer seja perpetrada por entidades como o MOCA e Abramović ou autoimposta pelos próprios artistas.
Quero sugerir um outro modo de pensar: quando nós, enquanto artistas, aceitamos ou rejeitamos trabalho, quando participamos na realização de uma obra, mesmo (ou até especialmente) quando não é de nossa autoria, contribuímos para o estabelecimento de padrões e precedentes para a nossa classe e todos os que se nos seguirem.
Em suma, estou grata a Rainer por utilizar a sua posição (sem que eu tenha tido de lhe pedir) de autoridade cultural e respeitabilidade para tornar públicos estes problemas, para que fosse lançado um debate há tanto tempo adiado. Jeffrey Deitch, diretor do MOCA, foi citado no LA Times como tendo dito, em resposta ao e-mail que eu enviei anonimamente e à carta de Rainer, que “A arte versa o diálogo”. Embora eu concorde com ele, a ideia que Deitch tem do diálogo nesta matéria não passa de um paliativo. Pois só obscurantiza uma situação de injustiça, na qual tanto a artista como a instituição provaram ser irresponsáveis ao recusarem reconhecer que a arte não está imune a padrões éticos. Tentemos um novo discurso que comece neste pensamento.

Sara Wookey (www.sarawookey.com) é artista, coreógrafa e consultora criativa, residente em Los Angeles.

[tradução do inglês por Susana Canhoto]



© 2013 eRevista Performatus e o autor

Arte fora da moda

VLADIMIR SAFATLE

"Quando um amigo estilista se denomina artista, eu sempre lhe pergunto: Como assim? Você parou de desenhar vestidos?'." Essa é uma das frases de Karl Lagerfeld, que tem ao menos a virtude de possuir um cinismo capaz de se voltar contra os arroubos de sua própria profissão.
Seria bom que alguém no Ministério da Cultura tivesse lembrado dela antes de permitir que desfiles de modas fossem autorizados a captar R$ 2,8 milhões por meio da Lei Rouanet.
Claro que haverá sempre os que afirmarão que moda é cultura, já que é expressão da criatividade de um povo em sua produção simbólica. Mas, seguindo essa noção demasiado larga e pouco operacional de cultura, teríamos que colocar no mesmo conjunto a culinária, a publicidade e até mesmo o jornalismo.
Sendo assim, por que não usar as leis de incentivo cultural para financiar agências de publicidade, restaurantes glamourosos e jornais?
Se um desfile de moda pode, uma agência de publicidade formada por "criativos" teria o mesmo direito. No entanto, se for para assumir tal lógica, melhor seria transformar o Ministério da Cultura em uma "secretaria especial de produção de glamour e de gestão da economia criativa", ligada ao Ministério da Indústria e Comércio. Ao menos seria mais barato para o contribuinte.
Essa descoberta recente da possível natureza artística da moda nos leva a perguntar se não haveria um equívoco maior referente às políticas culturais aplicadas por uma certa esquerda.
Presa entre exigências genéricas de integração social e o fascínio pelo uso econômico do conceito de cultura, ela acabou por aprisionar os debates sobre cultura às planilhas de economistas que louvam a força do "imaterial" e ao bom coração das ONGs, com seus discursos de assistência social.
Há de perguntar se uma política cultural não estaria mais bem assistida se estivesse focada na multiplicação de equipamentos de formação para a cultura, assim como na defesa daquela produção artística que tem dificuldade em circular por não fazer parte dos circuitos da rentabilização financeira e da indústria do entretenimento.
Pois talvez seja a hora de perguntar, depois de tanto tempo, quantos conservatórios foram abertos, quantos polos de cinema foram criados, quantas escolas de artes visuais existem hoje em nossas periferias frutos de políticas federais.
O mais engraçado nisso tudo é que lembrar disso será considerado, por alguns, "elitista". Em minha época, "elitista" era financiar desfiles de moda em Paris com dinheiro público.

domingo, 25 de agosto de 2013

Bailarina Sara Wookey

oreógrafa e consultora criativa, residente em 






Carta Aberta de uma Bailarina que se Recusou a Participar na Performance de Marina Abramović no MOCA


Sara Wookey, carta publicada a 23 de novembro de 2011.

Sara Wookey executando “Trio A” (1966) de Yvonne Rainer no Festival performático VIVA!, em Montreal. Foto de Guy L’Heureux

No dia 7 de novembro, participei numa audição para a produção da artista performática Marina Abramović no âmbito da gala anual do Museu de Arte Contemporânea (Museum of Contemporary Art ou MOCA) de Los Angeles. Eu quis fazer a audição, porque queria participar no projeto de uma artista, cujo trabalho acompanhei com interesse durante vários anos e porque se tratava de um projeto do MOCA, uma instituição à qual estou ligada enquanto artista residente em Los Angeles. De entre as cerca de 800 candidaturas, fui uma das duzentas selecionadas para a audição. Acabou por me ser proposto o papel de uma das seis mulheres nuas que reencenariam a obra emblemática de Abramović, “Nude with Skeleton” (2002), no centro das mesas, com lugares a chegar aos 100.000 dólares cada. Recusei pelas razões que aqui explano, razões que, acredito, têm de ser tornadas públicas.
Escrevo para abordar três pontos essenciais:
- Primeiro, para juntar a minha voz ao discurso em torno deste evento como artista que criticou a experiência e decidiu afastar-se; uma voz que, eu sinto, tem estado por demais ausente da cobertura dada pelo LA Times e o New York Times.
- Segundo, para clarificar a minha identidade como fonte de informação das condições que são pedidas aos artistas e explicitar o porquê de eu ter optado, até agora, por permanecer no anonimato relativamente ao meu e-mail para a Yvonne Rainer.
- E, terceiro, para alavancar uma mudança no pensamento dos trabalhadores da cultura, considerando o impacto em toda a linha, a curto e a longo prazo, das nossas escolhas pessoais, quer ao aceitar quer ao recusar qualquer tipo de trabalho.
Cada ponto visa apoiar o meu interesse preponderante na organização e formação de um sindicato que assegure padrões laborais e salários justos para os artistas performativos e de belas-artes, dentro e fora de Los Angeles.
Recusei participar enquanto performer porque o que se me afigurou foram algumas horas de trabalho criativo, uma refeição e a possibilidade de estabelecer contatos com outros colegas na mesma linha de ideias e isso resultava num trabalho mal pago. Seria suposto eu ficar ali nua e muda numa mesa em rotação lenta, começando ainda antes de os visitantes chegarem e ficando até depois de eles terem saído (um total de cerca de quatro horas). Seria suposto eu ignorar (permanecendo naquilo a que Abramović chama “modo performático”) qualquer potencial assédio físico ou verbal durante a atuação/exposição. Seria suposto eu comprometer-me com quinze horas de ensaio e assinar um contrato de confidencialidade, onde se dispunha que se eu falasse a alguém do que sucedera na audição seria processada pela Bounce Events, Marketing, Inc., a produtora do evento, no pagamento de um milhão de dólares além das despesas com os advogados.
Eu receberia 150 dólares como remuneração. Durante a audição, não houve qualquer referência a segurança, letreiros ou sinais indicando perigos para os artistas, e quando perguntei qual o tipo de proteção que nos seria dado, responderam-me não nos poderem garantir proteção. Enquanto candidata na audição para este trabalho, tive uma experiência extremamente problemática, potencialmente abusiva e de exploração.
Sou bailarina e coreógrafa profissional, com 16 anos de experiência nos Estados Unidos, no Canadá e na Europa. Tenho um Mestrado em Dança (Belas-Artes) da Universidade da Califórnia, Los Angeles. Enquanto artista profissional a trabalhar para ganhar a vida, na classe média de Los Angeles, sinto-me ultrajada que não existam medidas práticas padronizadas, oficiais ou não, para as condições de trabalho e os benefícios para artistas e performers, ou para as relações entre criador, executante, local de apresentação e produtora, sobretudo quando concerne a indivíduos e instituições tão respeitados e profissionalizados como é o caso de Abramović e do MOCA. Já produzi mais de uma dúzia de trabalhos performáticos, na Europa, com elencos de 15 a 20 artistas. Ao contratar bailarinos, estava obrigada a respeitar uma tabela de remunerações nacional, acordada em base sindicalista, conforme o número de anos de experiência de cada artista. No Canadá, onde executei recentemente uma obra de outro artista, recebi 350 dólares por umaperformance de 15 minutos, não incluindo o tempo de ensaio que foi pago em separado, até um total de 35 horas, em conformidade com as normas estipuladas pela CARFAC (Canadian Artists Representation/Le Front Des Artistes Canadiens), criada em 1968.
Se o meu apelo para a criação de normas laborais para artistas parece estapafúrdio, pense-se na associação dos atores de cinema (Screen Actors Guild ou SAG, criada em 1933), na federação americana dos músicos (American Federation of Musicians ou AFM, fundada em 1896) ou na organização de cúpula dos atores e artistas associados da América (Associated Actors and Artistes of America ou 4As, fundada em 1919), que vinculam as indústrias do cinema, teatro e música a padrões de regulamentação e boas práticas para os artistas e entertainers comercialmente ativos. Se existe algum grupo de trabalhadores da cultura que merece normas básicas de trabalho, somos nós,performers, que trabalhamos em museus, cujos instrumentos são os nossos corpos e merecemos respeito e um tratamento humano. Os artistas de todas as áreas merecem um tratamento justo e igualitário e podemos organizar-nos, se nos preocuparmos o suficiente para nos empenharmos. Prefiro dar a cara como a artista franca do que ser a cabeça silenciada, a rodar lentamente (ou, pior ainda, o “arranjo”) no centro da mesa. Quero uma voz, alto e bom som.
Abramović convocou artistas, segundo citou o LA Times, que fossem “tipos fortes e silenciosos”. Sou seguramente forte mas não me conformo com o silêncio nesta situação. Recuso-me ser uma artista silenciosa em assuntos que afetem o meu modo de subsistência e a cultura da minha prática. Há assuntos demasiado importantes para serem silenciados e apenas calho a ser eu a denunciar e a romper o silêncio. Falo em resposta à ética, não ao material ou conteúdo artístico, e sei que não sou a única a sentir o que sinto.
Recusei a oferta de trabalhar com a Abramović e o MOCA (para participar na perpetuação de práticas laborais pouco éticas, exploradoras e discriminatórias) tendo em mente a minha comunidade. Impulsionou-me a trabalhar a favor da criação de normas éticas, direitos laborais e pagamento equitativo para artistas, especialmente bailarinos, que tendem a ser dos artistas mais mal pagos.
Chegou a altura de os artistas de Los Angeles e de todo o mundo se unirem, organizarem e trabalharem para alterarem as discrepâncias degeneradas entre os fundadores ricos e poderosos da arte e os artistas, essencialmente pobres, que estão ao seu serviço e de quem é esperado que propiciem o chamado conteúdo avant-garde, presciente ou “entretenimento”, como é cada vez mais o caso; e que é, afinal de contas, o merchandising ao serviço do dinheiro. Temos de fazer isto, não por causa do que aconteceu no MOCA, mas como resposta a uma necessidade maior (dolorosamente demonstrada nos eventos do MOCA) de equidade e justiça para os trabalhadores da cultura.
Não julgo os meus colegas que aceitaram papéis neste trabalho e eu própria sou vulnerável ao culto do carisma em torno dos artistas que são celebridades. Julgo, antes, as atuais condições sociais, culturais e económicas que fizeram com que se tornasse normal, natural e até horrivelmente banal a exploração dos trabalhadores da cultura, quer seja perpetrada por entidades como o MOCA e Abramović ou autoimposta pelos próprios artistas.
Quero sugerir um outro modo de pensar: quando nós, enquanto artistas, aceitamos ou rejeitamos trabalho, quando participamos na realização de uma obra, mesmo (ou até especialmente) quando não é de nossa autoria, contribuímos para o estabelecimento de padrões e precedentes para a nossa classe e todos os que se nos seguirem.
Em suma, estou grata a Rainer por utilizar a sua posição (sem que eu tenha tido de lhe pedir) de autoridade cultural e respeitabilidade para tornar públicos estes problemas, para que fosse lançado um debate há tanto tempo adiado. Jeffrey Deitch, diretor do MOCA, foi citado no LA Times como tendo dito, em resposta ao e-mail que eu enviei anonimamente e à carta de Rainer, que “A arte versa o diálogo”. Embora eu concorde com ele, a ideia que Deitch tem do diálogo nesta matéria não passa de um paliativo. Pois só obscurantiza uma situação de injustiça, na qual tanto a artista como a instituição provaram ser irresponsáveis ao recusarem reconhecer que a arte não está imune a padrões éticos. Tentemos um novo discurso que comece neste pensamento.

Sara Wookey (www.sarawookey.com) é artista, coreógrafa e consultora criativa, residente em Los Angeles.

[tradução do inglês por Susana Canhoto]



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