segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Exposição Uma Viagem na Alma Brasileira, acervo e curadoria do galerista franco-belga-brasileiro Jacques Ardie.

Galeria Marta Traba no Memorial da América Latina recebe exposição Brasil Naïf – Destaque para o Artista Ponta-grossense Marcelo Schimaneski....

Uma Viagem na Alma Brasileira




Depois de uma temporada de quatro meses na França, chega ao Memorial da América Latina, no dia 12 de novembro, a exposição “Brasil Naïf – Uma Viagem na Alma Brasileira”, que fica em cartaz até 30 de dezembro na Galeria Marta Traba.

Com acervo e curadoria do galerista franco-belga-brasileiro Jacques Ardie, a mostra pode ser entendida como a produção de um grupo de pintores que expressa livremente suas memórias e emoções, sem a orientação formal artística em que é criada uma linguagem inédita, pessoal e singular em casa obra.
baiana-81x54-1969Para isso, a exposição será divida em três períodos históricos. O primeiro com registros dos anos 40 conta com artistas como José Antonio da Silva, Chico da Silva e Silvia Chalreo, tida como pioneira do movimento. No começo dos anos 60 destaca-se outro grupo como Elisa Martins da Silveira e Julio Martins da Silva, entre outros nomes. Nos anos 70, o festeiro Bajado, o cantor Gilvan, o trabalho do campo do baiano Edson Lima e mais recentemente o expressivo Antonio de Olinda, ocuparam lugar de destaque na trajetória naïf.

Naïf é uma expressão de origem francesa que significa ingênuo ou inocente – ou seja, arte que pode ser entendida por qualquer leigo. O ícone dessa expressão artística é o francês Henri Rousseau, um trabalhador de alfândega que nas horas vagas dedicava-se a pintar cenas da natureza abusando das cores e exagerando no tamanho das flores, plantas e árvores, tendo seu talento reconhecido no final da vida, já no século 20, por intelectuais e artistas renomados da época, como Picasso, Apollinaire, Delaunay e Alfred Jarry. Foi a Arte Naïf que, em 1972, influenciou a corrente estética do Surrealismo de Salvador Dali.



OITO DÉCADAS DE ARTE NAÏF 


Jacques Ardies, marchand franco-belga estabelecido no Brasil e proprietário da galeria que recebe o seu nome é também o curador da mostra coletiva “Arte Naif, uma viagem na alma brasileira”, com abertura no dia 12 de novembro, no Memorial da América Latina – Galeria Marta Traba, Barra Funda, São Paulo, SP.

Interpretar a “arte naif” por si só já é um desafio, visto que se trata de uma expressão regional que percorre o mundo assumindo aspectos de acordo com os artistas que expõe suas próprias experiências, por meio de linhas e formas peculiares, sem ter recebido uma orientação formal. Algumas de suas principais características são o uso de cores fortes, a retratação de temas alegres, traços figurativos, a idealização da natureza e sem a preocupação com a perspectiva, ou seja, às vezes, ela é bidimensional. É exatamente por isso que no Brasil, esta arte goza de um ambiente ideal que se amplifica mais ainda graças à exuberância das florestas, à intensa luminosidade e ao conhecido calor humano brasileiro.

Como trata-se de um país com tamanha vastidão cultural, para a mostra, foram escolhidos 70 nomes representativos desse gênero específico de expressão artística. Os artistas foram divididos em três núcleos: Histórico – composto por registros de nomes já reconhecidos no segmento e com trajetória sólida; Atual, com nomes ativos no presente, cujos trabalhos também sofrem influencias de novas técnicas e temas contemporâneos e complementando a exposição, uma área especial composta por 10 esculturas do segmento destacado.

Segundo Jacques Ardies, a Arte Naïf baseia-se na liberdade para expressar memórias e emoções, por isso, escolhe apresentá-la em montagem em ordem cronológica, começando pela década de 40 até os dias atuais, com destaque para a pintura tropicalista, as evocações divinas em degradés sofisticados e outras características marcantes como cenas paulistanas, cores quentes, a boemia carioca e baianas em trajes finos. O curador observa que os artistas conseguem superar suas dificuldades técnicas e criar uma linguagem inédita, pessoal e singular. Essa liberdade da execução permite maior dedicação ao essencial da arte que pode ser observada pelas pessoas que ainda preservam intacta sua capacidade de encantar-se com o que pode ser apreciado numa exposição.


Artistas participantes

Agenor, Agostinho Batista de Freitas, Alba Cavalcanti, Ana Maria Dias, Antônio Cassiano, Antônio de Olinda, Antônio Julião, Antônio Porteiro, Artur Perreira, Bajado, Barbara Rochltiz, Bebeth, Chico da Silva, Conceição da Silva, Constância Nery, Crisaldo Morais, Cristiano Sidoti, Denise Costa, Dila, Doval, Edivaldo, Edna de Araraquara, Edson Lima, Elisa Martins da Silveira, Elza O.S, Ernani Pavaneli, Francisco Severino, Geraldo Teles de Oliveira, Gerson, Gilvan, Grauben, Helena Coelho, Iaponí Araújo, Ignácio da Nega, Iracema, Isabel de Jesus, Ivan Moraes, Ivonaldo Veloso de Melo, José Antônio da Silva, José de Freitas, José Perreira, Lia Mittarakis, Louco, Lourdes de Deus, Lucia Buccini, Luiz Cassemiro, Madeleine Colaço, Magdalena Zawadzka, Maite, Malu Delibo, Mara Toledo, Marcelo Schimaneski, Maria Auxiliadora, Maria Guadalaupe, Miranda, Mirian, Neuton de Andrade, Olimpio Bezerro, Passarinheiro, Raimundo Bida, Rodolpho Tamanini Netto, Rosina Becker do Valle, Silvia Chalreo, Soati, Sônia Furtado, Vanice Ayres, Waldemar, Waldomiro de Deus, Wilma Ramos e Zé do Embu.


A galeria

A Galeria Jacques Ardies, na Vila Mariana, está sediada em imóvel antigo totalmente restaurado. Desde sua abertura em Agosto de 1979, atua na divulgação e a promoção da arte naif brasileira. Ao longo de 37 anos, realizou inúmeras exposições tanto em seu espaço como em instituições nacionais e estrangeiras, onde podemos destacar MAC/ Campinas, MAM/ Goiânia, Espace Art 4 – Paris, Espaço Cultural do FMI em Washington DC, USA, Galeria Jacqueline Bricard, França, a Galeria Pro Arte Kasper, Suíça e Gina Gallery, Tel-Aviv, ,Israel. Em 1998, Jacques Ardies lançou o livro “Arte Naif no Brasil” com a colaboração do crítico Geraldo Edson de Andrade e em 2003, publicou o livro sobre a vida e obra do artista pernambucano Ivonaldo, com texto do professor e crítico de arte Jorge Anthonio e Silva. Em 2014, publicou Arte Naïf no Brasil II, de sua autoria, com textos complementares dos colecionadores Daniel Achedjian, Peter Rosenwald, Marcos Rodrigues e Jean-Charles Niel. A galeria possui em seu acervo obras, entre quadros e esculturas, de 80 artistas representativos do movimento da Arte Naif brasileira.



A galeria Marta Traba

A Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana é um espaço privilegiado para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso Continente. Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas. Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.

A Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana é um espaço privilegiado para a difusão da arte latino-americana e para o intercâmbio cultural com os países do nosso Continente.
Projetada por Oscar Niemeyer, a Galeria é hoje o único espaço museológico existente no Brasil, inteiramente dedicado às artes e à cultura latino-americanas.
Ocupando uma área de 1.000 m², o espaço é sustentado por uma única coluna central, circundado por painéis que permitem ao visitante, desde a entrada, uma visão do conjunto das obras expostas.
Composta por duas salas expositivas, a Galeria Marta Traba de Arte Latino-Americana possui todos os equipamentos necessários para a segurança das obras de arte como, controle de temperatura, de umidade e de iluminação, com local adequado para climatização na desembalagem e para manuseio e guarda.
De terça a domingo, das 9h00 às 18h00.
ServiçoExposição Brasil Naïf – Uma Viagem na Alma BrasileiraAbertura: dia 12/11, sábado às 16h
Data: de 12/11 a 30/12
Local: Galeria Marta Traba – Portão 2
Horário: de terça a sexta-feira, das 9h às 18h – entrada gratuita
Fins de semana e feriados: ingressos a R$ 10 e R$ 5, meia-entrada
Classificação: Livre