sábado, 15 de fevereiro de 2014

JOSÉ ANTONIO DE LIMA - 25 ANOS DE ARTE

JOSÉ ANTONIO DE LIMA SINTETIZA 25 ANOS DE ARTE EM EXPOSIÇÃO E LIVRO NO SOLAR DO ROSÁRIO

O artista plástico José Antonio de Lima
Crédito: Divulgação
Mostra individual abre no dia 23, domingo, com lançamento do livro “José Antonio de Lima – Trajetórias”
 
O percurso artístico de 25 anos de José Antonio de Lima será rememorado na exposição individual “José Antonio de Lima – Trajetórias”, que o Solar do Rosário abre no próximo domingo, dia 23 de fevereiro, às 11 horas. Na abertura da mostra, o artista mineiro radicado em Curitiba lança o livro de mesmo nome, que narra sua trajetória iniciada “oficialmente” em 1986, quando teve uma obra selecionada para participar do 43° Salão Paranaense. No dia 26 (quarta-feira), a partir das 19 horas, haverá bate-papo entre o artista e o curador, professor e crítico de arte Fernando Bini, que assina a curadoria da exposição e do livro, no café e livraria do Solar do Rosário.
A mostra reúne pinturas, desenhos e objetos de diversos períodos nos espaços da galeria e do café e livraria do Solar do Rosário. Dentre os objetos, há desde obras menores, em tecido, até grandes instalações em alumínio que integram a série “Tramas”. “Bini faz um apanhado geral do meu trabalho ao reunir pintura, objetos, desenhos e instalações. Ele sintetiza a minha ideia geral de arte”, diz José Antonio, que realizou sua primeira exposição em Maringá, em 1987, pouco antes de se mudar para Curitiba.
A galerista Regina Casillo, proprietária do espaço, lembra que o artista expõe no Solar desde a inauguração em 1992. “Como intermediários entre os artistas e seus apreciadores e colecionadores, exercemos nossa atividade trazendo artistas de credibilidade e respeito à galeria. É com orgulho que inauguramos mais uma exposição de José Antonio”, diz.
O livro de capa dura, em grande formato, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura, reúne ao longo de 250 páginas entrevistas concedidas pelo artista, textos críticos e reportagens publicadas em jornais brasileiros, catálogos e livros lançados pelo autor. Traz ainda textos e imagens que resumem as cinco grandes fases do trabalho de José Antonio de Lima. Estão lá os “Totens”, “Casulos”, “Ferramentas e Armas”, “Catedrais” e “Tramas” que se dividem, por sua vez, em séries que se interligam, se fazem e se desfazem, vão e voltam, reinventando-se ao longo do tempo. “Meus trabalhos são decorrência um do outro, não fico inventando, o último trabalho tem sempre amarração com os primeiros”, conta o artista.
“O desenho acompanha José Antonio desde os 13 anos de idade, quando resolveu que queria ser artista. Do desenho passou para a pintura e a escultura. Os ‘Totens’, as ‘Ferramentas e Armas’, além de trazerem claras suas memórias de infância, são estudos do espaço, são desenhos e pinturas que fugiram do plano, no qual nunca estiveram na sua obra”, escreve Bini no texto de apresentação do livro.
Já os “Casulos” são estruturas ocas, feitas de materiais orgânicos como pasta de papel, ferro e tecido, que se metamorfosearam nas “Catedrais”, grandes esculturas em tecido cru enferrujado ou tingido, amarrado por cordas costuradas a estruturas metálicas – vistas pelo público curitibano na individual Visibilidades, no Museu Oscar Niemeyer, em 2006.
As “Catedrais” originaram as “Tramas”, grandes instalações feitas de obras encadeadas produzidas, inicialmente, em tecido cru e, em seguida, em alumínio. Fundidas em metal, as instalações ganham resistência e novas características estéticas, mas não perdem sua “aura”, como explica o crítico Fernando Bini: “Mantida a aparência, a forma orgânica, efêmera, que outrora esteve dependente do tempo, que se encarregava de suas transformações, agora resiste pela necessidade da permanência, busca o máximo possível da imobilidade, e das borboletas, formas leves e voadoras, surgem estas fantasmagorias, semelhante às texturas das membranas dos morcegos notívagos”.
As pinturas, que ocupam as paredes do Solar do Rosário, marcam um novo caminho na trajetória do artista, que sempre expôs mais obras em técnica mista, como colagens e objetos. Mas a linguagem é algo que ele vem perseguindo há anos. “A pintura a óleo pede um pensar diferente. Pintar é outra grande experiência, que exige o desenvolvimento do olhar, do pensar, uma habilidade com a cor, o volume, o desenho. Enfim, exige um envolvimento total do artista, proporcionando um maior desenvolvimento espiritual”, diz.
“Tramas” viajam à Alemanha
Após a exposição no Solar do Rosário, José Antonio viaja à Alemanha para exibir suas tramas iluminadas na Luminale – Mostra de Arte com Luz 2014, um evento bienal que reúne artistas convidados de diversos países que exibem seus trabalhos nos mais diversos espaços públicos de Frankfurt e arredores. O artista de Curitiba exibe suas instalações no Pavilhão Musical do Jardim Botânico da Cidade. As “Tramas” em tecido já foram vistas em mostras internacionais anteriores no Museu de Arte da Prefeitura de Hyogo, em Kobe, Japão, em 2008; no Museu da Água, em Lisboa, Portugal, em 2008; e na Galeria Vasby Konsthall, em Estocolmo, na Suécia, em 2007.
Serviço:
Lançamento do livro José Antonio de Lima – Trajetórias
Local: Solar do Rosário (R. Duque de Caxias, 4 – Centro Histórico)
Data: Dia 23 (domingo)
Horário: 11 horas
Horário de visitação: de segunda a sexta-feira, das 10 às 19h30 e sábados e domingos pela manhã.
Bate-papo entre o artista e o curador Fernando Bini: 26 de fevereiro (quarta-feira), às 20 horas, no Solar do Rosário

Nise da Silveira



Nise da Silveira









Nise da Silveira nasceu em 1905 em Maceió, Alagoas. Formada pela faculdade de medicina da Bahia em 1926, dedicou-se à psiquiatria sem nunca aceitar as formas agressivas de tratamento da época, tais como a internação, os eletrochoques, a insulinoterapia e a lobotomia.

Presa como comunista, é afastada do Serviço Público de 1936 a 1944. Anistiada, cria em 1946 a Seção de Terapêutica Ocupacional no Centro Psiquiátrico Nacional de Engenho de Dentro, no Rio de Janeiro, posteriormente conhecido como Centro Psiquiátrico Pedro II (CPPII).

Em 1952, funda o Museu de Imagens do Inconsciente, um centro de estudo e de pesquisa que reúne obras produzidas nos ateliês de pintura e modelagem. Por meio deste trabalho, introduz a psicologia junguiana no Brasil.

Alguns anos mais tarde, em 1956, mobilizando um grupo de pessoas motivadas pelas mesmas idéias, Nise realiza mais um projeto revolucionário para a época: a criação da Casa das Palmeiras, uma clínica destinada ao tratamento de egressos de instituições psiquiátricas, onde atividades expressivas são realizadas livremente, em regime de externato.

É responsável pela formação do Grupo de Estudos C.G. Jung, do qual foi presidente desde 1968. Suas pesquisas deram origem, ao longo dos anos, a exposições, filmes, documentários, audiovisuais, simpósios, publicações, conferências e cursos sobre terapêutica ocupacional, com destaque para a importância das imagens do esquizofrênico. Foi também pioneira na pesquisa das relações afetivas entre pacientes e animais, aos quais chamava de co-terapeutas.

Como reconhecimento da importância de sua obra, Nise da Silveira recebeu condecorações, títulos e prêmios em diferentes áreas do conhecimento: saúde, educação, arte e literatura. Foi membro fundador da Sociedade Internacional de Psicopatologia da Expressão, com sede em Paris, França. Seu trabalho e seus princípios inspiraram a criação de Museus, Centros Culturais e Instituições Psiquiátricas no Brasil e no exterior.

Nise faleceu em 30 de outubro de 1999, na cidade do Rio de Janeiro.

No ano de 2000, o Centro Psiquiátrico Pedro II é municipalizado e em homenagem à fundadora do Museu passa a chamar-se Instituto Municipal de Assistência à Saúde Nise da Silveira.

Fonte: www.ccs.saude.gov.br


NISE CHOCOU: RECUSOU-SE A DAR CHOQUE

Em vez de quilos de remédios e eletrochoques, ela preferiu dar tinta, pincel e barro aos pacientes. Estimulou suas manifestações afetivas, pondo animais domésticos no hospital.

Alagoana de Maceió, Nise da Silveira nasceu a 15 de fevereiro de 1905 e morreu no Rio, em 30 de outubro de 1999. Na faculdade de Medicina, era a única mulher entre 156 homens. Psiquiatra, em 1944, no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Rio, recusa-se a dar choque num paciente. É transferida ao setor de terapia ocupacional. Orientada pelas teses de Carl Gustav Jung, incentiva os pacientes a exprimir as imagens mais profundas do inconsciente.

Seu método de cura pelo afeto e pela alegria ganha admiradores em todo o mundo. A partir dos trabalhos dos internos em pintura, desenho e escultura, nasce em 1952 o Museu do Inconsciente, que hoje abriga mais de 300 mil obras. Em 1956, funda a Casa das Palmeiras, clínica onde doentes são medicados à base de criatividade. Seu trabalho pioneiro revolucionou a psiquiatria no Brasil.

Fonte: www.almanaquebrasil.com.br




Nise da Silveira
A psicoterapeuta Nise da Silveira teve sua vida marcada pelos estudos sobre o comportamento humano e por sua paixão pelos gatos.

Discípula de Carl Gustav Jung, Nise revolucionou a maneira de tratar os doentes mentais, utilizando técnicas artísticas - pintura e desenho - como terapia.

Em seus estudos com felinos, Nise descobriu que os gatos são excelentes instrumentos de tratamento para esquisofrênicos, livrando os doentes do isolamento. Por meio da terapia implantada por Nise, os gatos são considerados referências de afeto e aconchego para os doentes mentais.

Personagem do livro Memórias do cárcere, de Graciliano Ramos, Nise fundou a Seção de Terapêutica Ocupacional no atual Instituto Municipal Nise da Silveira e a Casa das Palmeiras, clínica de reabilitação para doentes mentais, que utiliza as atividades expressivas (pintura) como principal método terapêutico.

Em 1952, reunindo material produzido nos ateliers de pintura e de modelagem da Seção de Terapêutica Ocupacional, fundou o Museu de Imagens do Inconsciente.

Nasceu em Maceió, Estado de Alagoas, no ano de 1905.

Formou-se pela Faculdade de Medicina na Bahia, fez concurso para Psiquiatra da antiga Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental em 1933.

Em 1961 foi chamada a Brasília pelo presidente Jânio Quadros para apresentação de um plano de desenvolvimento da terapêutica ocupacional nos hospitais psiquiátricos federais.

Faleceu em 1999