sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Expo em Paris procura explorar todos os usos da tatuagem ao longo dos tempos.


Arte milenar, a tatuagem ganha mostra em Paris no Museu Quai Branly.

 Com 300 obras, exposição em cartaz na capital francesa até 2015 traça panorama sobre a prática

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Paris - De Ötzi, a múmia de 5.300 anos a.C., à atriz Angelina Jolie, a tatuagem impôs sua presença em variadas formas e por diferentes razões. Entre a prática ancestral — de funções terapêuticas, sagradas ou religiosas — e o consumo e a arte contemporâneos, a tatuagem sobreviveu aos milênios e aos costumes, da marca identitária à marginalização, subversiva ou comercial. Em Paris, a tatuagem moderna encontrou também sua consagração no museu. “Tatuadores e tatuados”, exposição em cartaz no Museu do Quai Branly até outubro de 2015, procura explorar por meio de 300 obras os usos da tatuagem ao longo do tempo, desde o figurino egípcio antes de Cristo. Mas se pretende inédita ao abordar as variantes estéticas, artísticas e multiculturais mais recentes da tatuagem.

Projeto de tatuagem sobre tela (Suíça, 2013), de Sabine Gaffron Foto: Divulgação/Museu do Quai Branly/Claude Germain / Agência O Globo

A dupla francesa Anne & Julien, fundadora da revista “Hey! Modern Art & Pop Culture” e curadora da exposição, defende a tatuagem como uma arte em sua totalidade.
— Essa exposição é uma première mundial, porque eu e Julien quisemos dar um foco particular e exclusivo sobre a arte moderna e contemporânea. Nesta parte, situamos desde o começo do século XIX até os dias de hoje, algo que ainda não havia sido feito. É um período menos observado e mais nebuloso da tatuagem no mundo em relação a outras épocas bem pesquisadas do ponto de vista etnológico e antropológico — diz Anne, que critica a falta de curiosidade acadêmica pela tatuagem contemporânea.

Mulheres com tatuagens e vestidos, de autor anônimo
Foto: Divulgação/CORBIS pour Bettmann

A mostra apresenta obras, objetos e filmes considerando arcos históricos, geográficos e culturais, representados por América do Norte, Europa, Ásia e Oceania. Há a tatuagem ultrassofisticada dos maoris, da Nova Zelândia, e dos nativos das ilhas Marquesas, na Polinésia Francesa, mas também de marinheiros e de membros do crime organizado. Interditada pela Bíblia e malquista pelo governo da China, a prática também teve adeptos no poder como os monarcas britânicos Eduardo VII e George V ou os líderes Winston Churchill e Josef Stalin. Para a exposição, 13 réplicas de partes do corpo foram trabalhadas por tatuadores renomados, como o francês Tin-tin, o suíço Filip Leu, o japonês Horiyoshi III, o americano Jack Rudy, o inglês Xed LeHead e o polinésio Chimé.

Tatuagem tradicional japonesa
Foto: Divulgação/Tattoinjapan.com/Martin Hladik / Agência O Globo

Segundo uma pesquisa de opinião do instituto Ifop, um em cada dez franceses é tatuado, sendo 20% entre indivíduos de 25 a 34 anos. Nos Estados Unidos, um quarto da população ostenta alguma tatuagem, segundo sondagem do Instituto Harris, num aumento verificado principalmente a partir dos anos 1990, fenômeno impulsionado pela emergência de novas tecnologias. Para Anne & Julien, por muito tempo tatuadores e tatuados ocidentais não tinham a preocupação com o “belo”, mas consideravam a prática um ato bruto, relacionado à ousadia. A partir do fim do século XIX, assinalam, alguns tatuadores se qualificaram como tattoo artists para definir a dimensão de seu trabalho. É quando a tatuagem deixa o domínio exclusivamente artesanal para “questionar o tema e sua interpretação”.

Imagem de série feita pelo fotógrafo Jake Verzosa para registrar as últimas mulheres tatuadas segundo a tradição kalinga (Filipinas, 2011)
Foto: Divulgação/Jake Verzosa/Coleção do Artista / Agência O Globo

Contra a “industrialização” e a “hipermidiatização” da tatuagem nos dias de hoje, em que a noção de arte se dilui na reprodução de modelos, Anne defende a ideia de “arte popular”. A história da tatuagem será transmitida pelos tatuadores e não pelos tatuados, ressalta.
— O fato de o material ser cada vez mais barato e acessível, inclusive via internet, e de haver cada vez mais clientes atraiu toda uma categoria de pessoas que improvisam, e se perde de vista a essência da tatuagem. É paradoxal, pois houve uma abertura, mas não se soube aproveitá-la, vieram pessoas sem vocação. Mas não estou preocupada, saberemos resistir. Não é a primeira vez que isso ocorre, foi a mesma coisa quando apareceu o aparelho elétrico de tatuagem. Temos todas as condições de continuar evoluindo de forma serena de um ponto de vista artístico — sustenta.


“ESTADO DE ESPÍRITO”
O tatuador Tin-tin definiu o processo como o “princípio dos vasos comunicantes”: a tatuagem se tornou reconhecida porque era subversiva, e agora que é reconhecida se tornou menos subversiva. Ötzi, a múmia do gelo, tinha 57 tatuagens, mas, em 2014, apesar da proclamada abertura das últimas décadas, Anne diz que “o preconceito ainda é muito forte”. Na sua opinião, ter tatuagem ainda pode influir negativamente para se obter um emprego, e a própria expansão da prática provoca confusões em potenciais tatuados:
— Há dois dias, um amigo, acostumado com tatuagens, mas que nunca havia feito uma, decidiu passar ao ato e se fez tatuar metade do braço. Mas algo ocorreu: ele não consegue mais olhar para o seu braço, o mantém todo o tempo coberto. A tatuagem transforma o corpo, muda a maneira como você se vê e também o olhar dos outros. Vivemos uma época particular, com toda a visibilidade, a midiatização, celebridades e esportistas tatuados, mas o impacto de uma grande tatuagem sempre é forte.

Projeto de tatuagem sobre tela,de Luke Atkinson (Alemanha, 2013) Foto: Divulgação/Museu do Quai Branly/Claude Germain / Agência O Globo

Anne & Julien levaram dois anos para elaborar o projeto de sua exposição para o Quai Branly, com o objetivo de render uma homenagem aos pioneiros e aos “heróis esquecidos” da tatuagem, mas também de saudar um “estado de espírito” que perdura apesar de sua progressiva difusão. Os dois curadores ficaram satisfeitos com o resultado obtido.
— O norte-americano Ed Hardy, personagem incontornável da tatuagem contemporânea, veio a Paris para ver o que fizemos e disse que esperava há 40 anos por uma exposição como essa. Achou magnífico. Ele foi um dos que mudaram a imagem da tatuagem a partir dos anos 1960-70, e começou a surgir uma reflexão sobre a ligação da tatuagem moderna e contemporânea com a evolução da história da arte — resume Anne.


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Tatuagem em molde de corpo humano de silicone criada para a exposição 'Tatuadores, tatuados', do museu do Quai Branly, em Paris
Foto: Divulgação/Tin-Tin/2013 / Agência O Globo

Fundação Cultural Mokiti Okada - Exposição Face do Artista – IVa. Arte “A Gosto”

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A Fundação Cultural Mokiti Okada, em Curitiba, abre a exposição 'Face do Artista', que faz parte da IVa. Arte “A Gosto”. A ideia é resgatar a propriedade da imagem humana, uma 'selfie' pictórica elaborada pelos artistas dos Grupos ART.CON e ÓIA NÓIS, através de suas características e técnicas que compreendem suas linguagens artísticas, suas vivências, onde apenas detalhes ou a face íntegra dos artistas estarão expostos, tornando-se um diferencial neste gênero.

Fotos: Divulgação
A mostra tem curadoria de Eloir Jr. e Kézia Talisin, com orientação de Carla Schwab e conta com 17 artistas sendo eles: Ana Lectícia Mansur, Ana Müller, Aninha Sacchelli, Carla Schwab, Cecifrance Aquino, Cristiane Zaleski, Eloir Jr., João Câncio Neto, Kerlyng Cecchini, Kézia Talisin, Luiz Felix, Márcio Prodócimo, Mônica Pailo, Noeli Tarachuka, Raquel Frota, Rodney Rauth e Ruth Mara, apresentando suas pinturas, com seus estilos e cenários que caminham juntos em suas vidas, um paradoxo de autorretrato fotográfico com a pintura, na qual a inspiração é a própria imagem, sendo pintada ou impressa no bidimensional.















































































SERVIÇO:
Face do Artista - IVa. Arte “A Gosto”
Midissage: 19/08, das 18h30 às 20h30
Visitação: 12/08 a 09/09/2014
Horário: 9h às 18h
Local: Fundação Cultural Mokiti Okada
Rua: Manoel Eufrásio, 1400, Centro Cívico (ao lado do Museu Oscar Niemeyer)
Fone: 3026-3347
Entrada Franca

Publicado por:GuiaSJP.com - Mauren Luc (Reprodução autorizada mediante citação do GuiaSJP.com)