sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Artista bom ou artista ruim?

compartilhado do blog da Artista Aline Albuquerque

F
        No primeiro dia em que entrei na escola de belas artes combinei com um colega que nunca iríamos aceitar a babaquice da arte contemporânea. E assim seguiram anos a fio na faculdade onde nossa turma era conhecida ,de forma pejorativa ,como “os renascentistas”, aspirantes a artistas do passado.
Éramos terrivelmente resistente a idéia de que um objeto jogado na galeria, poderia ser uma “obra de arte”e que a pessoa que não executou manualmente uma “obra de arte” fosse dono da criação.
       Nossos professores bem que tentaram debater o assunto mas, tínhamos argumentos de sobra. Ingenuamente a gente achava que o artista contemporâneo era aquela pessoa que mais falava do que fazia. Não sabia desenhar, pintar, modelar, esculpir, enfim, era um debilóide que só sabia enrolar os outros!
Quando meu melhor amigo desistiu da faculdade faltando um ano para completar, entrei em choque. Fiquei triste porque toda faculdade traz uma frustração em relação as nossas expectativas e isso é difícil de lidar, mas eu ainda tinha esperança de que valeria a pena ir até o fim. Ambos sabíamos que tínhamos aptidão de sobra para as artes mas, a faculdade parecia não suprir nossas carências tanto intelectuais como também de infra-estrutura.
       Sozinha, porém acompanhada da minha persistência fiquei por 6 anos na faculdade de belas artes. Tive mais tempo que todos os meus colegas para estudar lá. Eu estudei o que eu queria estudar e ,como de costume, não era a matéria dada pelo professor. Eu queria desvendar as coisas no tempo em que surgiam os meus questionamentos. A cada obra de arte que eu estranhava resolvi pesquisar sobre o artista para não cair na armadilha da ignorância. Queria me preparar para o dia em que eu achasse algum artista de fato ruim, eu saberia dizer exatamente o porquê.
       Descobri que não é a arte contemporânea que é ruim e sim, a forma como ela chega até nós. É preciso dar um salto intelectual quântico para entender porque as obras de arte são apresentadas de uma maneira que parece beirar o absurdo hoje em dia. Além disso, existem muitos teóricos chatos, quem não tem didática para escrever sobre artes e que escrevem suas opiniões sobre a obra e não como ela realmente foi concebida.
       Para finalizar ,posso dizer que o que realmente aprendi estudando é que se você quer realmente entender de arte, primeiro observe ela e o que você sente em relação a ela , leia o que o próprio artista escreveu sobre sua obra e por fim entenda o contexto histórico em que ele viveu para saber no que ele inovou. Hoje em dia ,além de continuar gostando do que eu gostava antigamente, eu entendi que artistas contemporâneos mostram mundos dentro do nosso mundo. Se permitir viajar nesses mundos vale super a pena. Hoje eu sei admirar a atitude de quem colocou um urinol numa galeria mesmo fazendo hiper-realismo em escultura. E o mais importante é que isso não me faz melhor nem pior que qualquer outro artista na história da arte.
(Aline  Albuquerque)

Museu Oscar Niemeyer tem 8 mil publicações para consulta

 Recebido da Agencia Estadual 
O Museu Oscar Niemeyer (MON) conta com um acervo de quase 8 mil publicações disponíveis no Setor de Documentação e Referência. Entre os títulos encontram-se livros sobre história da arte, revistas especializadas, catálogos de exposições, vídeos com depoimentos de artistas e curadores, e um arquivo fotográfico constituído por registros de obras e de artistas paranaenses, que estão sempre disponíveis para a consulta dos visitantes. As publicações podem ser consultadas somente no local.
Todo o material encontrado no Setor de Documentação e Referência vem de doações. Só em 2013 o museu recebeu mais de 560 títulos, todos eles são frutos de parcerias que o MON firma com centros culturais, museus, bibliotecas e programas voltados à cultura. Entre as obras adquiridas neste ano estão: “Amilcar de Castro – rigor e transparência”, “Mulheres na arte, que diferença isso faz?”, “Andersen- Pai da pintura Paranaense”, “Di Cavalcanti, cronista de seu tempo: desenhos 1921-1964”, “50x50 Luiz Felipe Noé”, “Presença africana no Brasil: história e cultura” e “Do Japão ao Brasil: a viagem da cerâmica oriental”, entre outros.
A coordenadora do Setor de Documentação e Referência do museu, Iolete Guibe Hansel, no cargo há 10 anos, conta que o material foi chegando aos poucos. “Quando eu entrei aqui nós tínhamos 23 ou 24 livros. Hoje já podemos dizer que somos um referencial em títulos sobre arte contemporânea”, diz.
Todo o material do setor está disponível para livre consulta. O acesso à biblioteca é gratuito e os usuários recebem acompanhamento especializado. O horário de funcionamento é de terça a sexta-feira, das 10 às 18 horas, e no primeiro domingo do mês das 12 às 18 horas. A biblioteca fica no subsolo do Museu Oscar Niemeyer, na Rua Marechal Hermes, 999, no Centro Cívico de Curitiba.
Domingo + Arte
O Museu Oscar Niemeyer (MON) realiza em 5 de janeiro o “Domingo + Arte”, dia com entrada gratuita, das 10 às 18 horas. Neste domingo, excepcionalmente, não haverá programação especial. Porém, o Museu está repleto de exposições.
O público poderá conferir “Jayme Bernardo, designer”, “Ida Hannemann, entre o pincel e a pena”, “Meu Bem – Beatriz Milhazes”, “Anjo e Boneco – Nuno ramos, Salvando Aparências - João Osorio Brzezinski, “FotoBienal Masp”, “Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-2012”, “45 Manoel Coelho - Arquiteturadesign”, IDEA Brasil 2013, o melhor do design brasileiro”, Museu em Construção”, “Cones”, “Espaço Niemeyer” e o “Pátio das Esculturas”. Além das exposições, há ainda a sala em homenagem ao artista Waldemar Freyesleben e a intervenção com mais de quatro mil flores de cerâmica no jardim do MON. Mais informações: (41) 3350- 4400

Uma visita aos museus de Curitiba em janeiro.

Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Mazé Mendes com um de seus trabalhos mais recentes, no Sesc Paço da Liberdade
Mazé Mendes com um de seus trabalhos mais recentes, no Sesc Paço da Liberdade


O Caderno G fez uma seleção das exposições em cartaz pela cidade que valem uma visita em janeiro. Conheça nomes como Mazé Mendes e Uiara Bartira, ambas com retrospectivas e trabalhos recentes à disposição do olhar curioso, além de expoentes da fotogr
Publicado em 03/01/2014 | ISADORA RUPP
  compartilhado caderno G Gazeta do Povo.
Museu de Arte Contemporânea (MAC) 

Exposição reúne desenhos feitos ao longo dos últimos 30 anos pela artista Uiara Bartira, conhecida pela dedicação à gravura – ela ajudou a estruturar o Museu da Gravura de Curitiba, entre 1989 e 1993. A compilação de 180 obras apresentada no MAC é inédita. Para escolher o que iria ser exposto, foram catalogados e fotografados 1,3 mil desenhos – 600 deles são projetados em uma parede no MAC. Preste atenção na série Esquartejamento, com desenhos realizados por Uiara na década de 1980, depois de um período de estudos em Nova York.
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Jonathan Campos/Gazeta do Povo / Uiara Bartira no Museu de Arte Contemporânea, com algumas de suas gravurasAmpliar imagem
Uiara Bartira no Museu de Arte Contemporânea, com algumas de suas gravuras
Exposições
Veja esta e outras mostras no Guia Gazeta do Povo
Roger Ballen, Transfigurações – Fotografias 1968-2012
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Uma das melhores exposições em cartaz atualmente no MON, retrospectiva do trabalho do fotógrafo nova-iorquino Roger Ballen. Morando em Johannesburgo, maior cidade da África do Sul há décadas, Ballen ficou conhecido mundialmente pela série Platteland. Lançadas em 1994, mesmo ano da eleição do líder Nelson Mandela, as fotografias retratavam comunidades brancas empobrecidas do interior da África, e irritaram setores ainda ligados ao apartheid. Na mostra, é possível acompanhar as mudanças na carreira de Ballen, que começou com um trabalho intuitivo, com retratos da rua, passou pelo documental, e, atualmente, centra-se no abstrato.
Continuum
Sesc Paço da Liberdade
O último andar do prédio do Sesc Paço da Liberdade abriga uma sala de exposições ampla e com bela vista para o centro da cidade. Ali estão em cartaz obras da pintora Mazé Mendes, com seus trabalhos mais recentes, além de fotografias da série Vestígios, exibidas em 2007. Em Curitiba há 40 anos, seu trabalho traz várias referências sobre as formas e cores da cidade – seu objeto de pesquisa preferido.
Aquarela no Paraná
Galeria Solar do Rosário
Bem próximo ao Paço, no Largo da Ordem, é possível ver obras dos maiores aquarelistas do Paraná, em mostra organizada pela galeria, que também virou livro homônimo. Estão em cartaz trabalhos de Emma Koch, Guido Viaro, Maria Ivone Bergamini, entre outros. A galeria conta também com loja e café.
Transfi­­gurações
Museu Municipal de Arte (MuMa), no Portão Cultural
A mostra passa por várias fases da carreira do artista maringaense Paolo Ridolfi, com obras desde o início de sua carreira, expostas na Galeria Triângulo, de São Paulo, em 1988, até as produções mais atuais. Ridolfi vive e produz em Maringá até hoje, e suas obras fazem parte de acervo de museus como o MON, e de coleções de arte importantes, como a Marcantônio Vilaça. Não deixe de ver o tríptico (três pinturas unidas por uma moldura) com autorretrato do artista.