quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

LINDA HOMENAGEM A VERALIZ COMINATO


A textura dos Campos Gerais na tela

Veraliz Regina Cominato
Arquivo da família /

Publicado em 14/02/2013 | TEXTO: DEREK KUBASKI, DE PONTA GROSSA, ESPECIAL PARA A GAZETA DO POVO

“Ué, filha!? Não sabia que você pintava tão bem”. Foi nos meados dos anos 90 que a vida preparou uma das maiores surpresas que a artista plástica Marga Nye Cominato já teve. “A Veraliz já era mulher feita e nunca tinha se interessado por pintura. De repente, chego em casa e vejo a minha filha pintando um quadro lindo. Claro que a convivência comigo a influenciou, mas o fato é que ela nasceu com o dom mesmo. Ela nunca fez aula de pintura”, ressalta a mãe, ainda impressionada com a lembrança. Apaixonada pelas belezas do Paraná, Veraliz reproduziu muitas araucárias, cenas praianas e paisagens que enterneciam o seu coração. Moradora de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, Liz – como assinava nas obras – também tinha um carinho especial pelas esculturas naturais de Vila Velha. “Enquanto eu me dedico mais à técnica de pincel acadêmico, cujos traços são mais precisos, ela optou pela pintura impressionista espatulada, que tem uma textura ideal para representar os arenitos”, explica Marga. Desde o dia em que deixou a mãe boquiaberta, Liz expôs seus quadros – muitas vezes junto com Marga – em Ponta Grossa, Curitiba e diversas outras cidades do Brasil. Por meio de exposições itinerantes, seus quadros foram levados a 23 países. Uma de suas obras está em exposição permanente em um museu da cidade de Himeji, no Japão, desde 2008, quando foram comemorados os cem anos da imigração japonesa no Brasil. “Certa vez, nós duas e outros artistas fomos convidados a pintar ‘ao vivo’ no Calçadão de Ponta Grossa. A Veraliz terminou um quadro muito bonito em apenas três horas. Deixou um bocado de gente impressionada”. Formada em Farmácia e Bioquímica em 1982, Liz exerceu a profissão por apenas dois anos. “Ela queria ser médica, mas o curso não existia aqui e o pai [Octávio] não a deixou sair da cidade. Por isso ela fez Farmácia. Depois ela ainda trabalhou, por cerca de dez anos, na malharia da nossa família. No entanto, foi na arte que ela realmente se encontrou”. Em 1979, a bela moça foi eleita a Miss Ponta Grossa entre 25 candidatas. “Uma morena linda, queimada de praia. Minha filhinha só tinha mesmo que ganhar”, diz a mãe orgulhosa. Veraliz deixa um filho, a mãe e quatro irmãos.
Nos deixou dia 26 de janeiro, aos 53 anos, de complicações do diabetes, em Ponta Grossa.