quinta-feira, 27 de março de 2014

TARDE NO MON .... Museu Oscar Niemeyer

ABRAHAM PALATNIK

A REINVENÇÃO DA PINTURA

artistas: Abraham Palatnik
curador: Pieter Tjabbes e Felipe Scovino
nº de obras: 76
local: Sala 1


A mostra tem curadoria de Pieter Tjabbes e Felipe Scovino e traz uma retrospectiva com aproximadamente 90 obras do artista - a maior já dedicada totalmente ao seu trabalho. 





Com uma mistura de tecnologia e estética em suas criações, Palatnik utiliza movimento, luz e tempo como os principais instrumentos de trabalho. O uso que este artista faz da tecnologia e suas possibilidades inovadoras imprimem em sua arte grande potencialidade poética. Sua originalidade fez com que não somente a classe artística, mas o júri especializado direcionasse atenção e surpresa para seu trabalho. Durante a I Bienal de São Paulo, em 1951, a comissão internacional de premiação se viu diante de um impasse ao qualificar o Aparelho Cinecromático “Azul e roxo em seu primeiro movimento”. Não era uma escultura, também não era uma pintura. Era algo que não poderia ser qualificado em nenhuma das categorias da bienal. A solução para reconhecer aquele trabalho tão original e inovador era dar a ele uma menção honrosa. 






















Abraham Palatnik

Nascido em Natal (RN), em 1928, filho de judeus russos. Em 1932, mudou-se para a cidade de Tel Aviv em Israel e, entre 1942 e 1945, frequentou a Escola Técnica de Montefiori, onde se especializou em motores de explosão. Todo aquele conhecimento tecnológico adquirido teria aplicações que iriam além de consertar válvulas de motores ou carburadores quebrados. A partir de seus estudos sobre psicologia da forma e cibernética, chegou à conclusão de que o artista não deve estar fadado somente à pintura, desenho, gravura ou escultura. E com essa constatação, começou seus estudos sobre luz e movimento, que deram origem aos Aparelhos Cinecromáticos e aos Objetos Cinéticos, fazendo dele um dos pioneiros da arte tecnológica no mundo


REVISITAÇÕES PLÁSTICAS – ARTE MEXICANA

curador: Rafael Alfonso Perez e Perez
nº de obras: 43
local: Sala 3



Revisitações Plásticas – Arte Mexicana

Da segunda metade do século passado até os dias atuais, o México tem procurado criar uma identidade plástica que o localize como um referencial da arte latino-americana. “Revisitações Plásticas: Arte Mexicana”, com curadoria de Rafael Alfonso Perez e Perez, traz uma breve reflexão sobre o transcurso dos diferentes movimentos e períodos artísticos surgidos ao longo das últimas seis décadas por meio das obras de cerca de 30 artistas. Dessa forma é possível apreciar os distintos movimentos e processos, dos quais se destacam: A escola mexicana de pintura, A ruptura e El neomexicanismo ou novo nacionalismo. 

A escola mexicana de pintura aprecia a procura de uma identidade geopolítica, recorrendo a tópicos baseados nas culturas mesoamericanas, a historia da pátria, os costumes sociais, e a tradição popular; movimento do qual, também nasceu o conhecido muralismo mexicano. 
A ruptura, que nasce de forma espontânea, na década de sessenta, em oposição ao nacionalismo exacerbado, procurando além, liberar a arte dos convencionalismos da mensagem político social e expandir a arte mexicana num plano universal, com nítida influência global vanguardista da época. 





El neomexicanismo ou novo nacionalismo, surgido ao final dos anos setenta e começo dos oitenta como uma resposta à crise de valores e a necessidade de reivindicar a reflexão artística com a sociedade, procura uma identidade no “mexicano” através da ressignificação da historia nacional, a cultura popular e as tradições.
A mostra procura que o espectador volte a observar o já observado, revisando o trabalho de seus criadores e reconhecendo sua influência, realizando uma diferenciação não evolutiva, mas circunstancial no trânsito dessas seis décadas. 







Nossa já vi isto antes desde o tempo das cavernas .... rsrsrsrs.





ANJO E BONECO - NUNO RAMOS

artistas: Nuno Ramos
curador: Nuno Ramos
nº de obras: 16
local: Sala 4




A mostra traz uma série de desenhos em larga escala, todos feitos em guache, carvão e pastel seco, e um quadro em grandes dimensões, feito com materiais diversos, produzido especialmente para a exposição no MON. 

O título da exposição é parte de um verso extraído da obra Elegias de Duíno de Rainer Maria Rilke – “Anjo e boneco: haverá espetáculo”. Nuno Ramos, ele próprio um escritor, inspira-se frequentemente na obra de outros poetas, escritores e compositores. Sua série de desenhos anteriores partia do famoso diário de memórias de Daniel Paul Schreber, e em Faca só Lâmina, uma série de desenhos sobre alumínio, Nuno utilizava versos extraídos de um poema de João Cabral de Melo Neto, para citar apenas alguns exemplos.

Porém, diferentemente de desenhos anteriores, o artista trabalha agora com poucos elementos e materiais. As composições são todas feitas com guache, carvão e pastel seco, apresentando em sua maioria apenas uma cor em contraste com o negro do carvão. Há formas geométricas combinadas com linhas gestuais, e o jogo entre as linhas e formas parece estar sempre à beira do desequilíbrio. Há uma expectativa do porvir e a composição nunca é estática. Nuno também incorpora escorridos e manchas, trazendo o acaso para o processo de criação.

Comum a quase a todos os desenhos, além do título da série, são diferentes versos, também extraídos da IV Elegia de Duíno de Rilke, impressos sobre o papel em letras de forma com carvão. “Junta-se o que sem cessar”, “Nossa existência separa” ou “Em algum lugar leões ainda” podem ser lidos entre as linhas, semicírculos e tinta, formando a composição. Ao extrair os versos de seu contexto original e incluí-los nos desenhos, Nuno explora a ressonância das palavras  em um contexto de abstração. 

Além disso, a exposição será marcada pelo retorno do artista a suas célebres pinturas, ou quadros-relevo de grandes dimensões, que não produzia há alguns anos. Caracterizados por uma potência de volume e uma agressividade de materiais ímpares, lançam-se fisicamente sobre o espectador, ao mesmo tempo que têm no chassis espelhado uma espécie de fundo infinito. Trazem ao trabalho deste artista tão marcado pelo tema da morte e do luto – que caracterizam diversas de suas melhores instalações (“111”, “Bandeira Branca”; “Morte das Casas”) – certo alívio e ambivalência. Pois é difícil tirar desses quadros sua característica explícita de euforia e, até mesmo, de um apelo à felicidade.





Biografia

Nuno Ramos nasceu em 1960, em São Paulo, onde vive e trabalha. Formou-se em Filosofia pela Universidade de São Paulo em 1982. Artista plástico, compositor, cineasta e escritor, participou de diversas exposições coletivas e individuais, destacando-se recentemente: em 2012, O Globo da morte de tudo (em parceria com Eduardo Climachauska) na Galeria Anita Schwartz, Rio de Janeiro, Ai Pareciam Eternas! na Galeria Celma Albuquerque, Belo Horizonte e Solidão, Palavra no Sesc Pompéia, São Paulo; em 2010 Fruto Estranho no MAM, Rio de Janeiro; e a 29ª Bienal de São Paulo.  Publicou em 2011 seu oitavo livro, Junco, pela editora Iluminuras, vencedor do prêmio Portugal Telecom de Literatura na categoria poesia. Em 2008, venceu Prêmio Portugal Telecom para melhor livro do ano com Ó, também da Iluminuras.








JAYME BERNARDO, DESIGNER

artistas: Jayme Bernardo
curador: Consuelo Cornelsen
nº de obras: 22
local: Sala 5



O arquiteto e designer Jayme Bernardo sempre desenhou, desde a faculdade (UFPR), móveis exclusivos para seus projetos de interiores. Há três anos, em 2010, criou um departamento específico de design em seu escritório, “não só para aumentar a produção dessas peças, mas com a intenção de ter um espaço para criação de mobiliário que expressasse beleza estética, inovação no uso de materiais e, ao mesmo tempo, para ter conexão com os projetos arquitetônicos”, explica Jayme.  
Para o arquiteto cada peça e cada linha são fruto de muito trabalho e da busca constante por aperfeiçoamento, desde seus aspectos criativos aos de inovação tecnológica e sustentabilidade: “o que torna uma peça realmente única, para mim, é o fato de poder admirar como ela pode reunir beleza, estética, funcionalidade, inovação material e produção eficiente; essa união de grandes qualidades dá sua personalidade e, em consequência disso, singularidade a todo o ambiente que ela integra”, afirma.
São 22 peças de mobiliário expostas, resultado de seu trabalho de design com linhas assinadas e produzidas em escala industrial, entre mesas, aparadores, bancos, pufes, cadeiras, poltronas e sofás de autoria de Jayme e sua equipe – a divisão de seu escritório denominada “Jayme Bernardo Design”. Entre elas, três já premiadas na versão brasileira do IDEA Awards, categoria Prata: a mesa Medusa, em 2012, e as linhas Taj e Arcos, em 2013. Para a curadora Consuelo Cornelsen, “a exposição foi pensada para que os móveis concebidos fossem apresentados de maneira mais solta e integrados na modernidade escultórica do aço Corten e do videoclipe, onde o móvel se integra com a imagem e a textura sonora de forma criativa e interativa”.
Jayme Bernardo e sua equipe mostram no MON o grau de maturidade do momento atual do Brasil na excelência do desenho de mobiliário de nível internacional.
JAYME BERNARDO
Nascido em São Paulo e criado no Paraná, Jayme Bernardo mantém há trinta anos seu escritório de arquitetura em Curitiba – e filiais em São Paulo e Miami, com mais de 30 profissionais ao todo. Neles desenvolve interiores de residências, hotéis, restaurantes e casas noturnas, além dos projetos de arquitetura, design e eventos.  
Equilibrado entre forma e função, e criterioso com a plástica e a estética, busca o novo e atua bastante em São Paulo, além da capital paranaense, e em diversas cidades no País –  assim como no exterior: Estados Unidos EUA (Miami e NY), França (Paris) e Angola.
Desenvolve seu próprio design de móveis (agora em exposição no MON): em madeira, laca, metal, resina e tecido. Nas mostras de decoração nacionais, as edições da Casa Cor de Curitiba e São Paulo lhe renderam muitos prêmios na última década – quando também ganhou premiações da indústria: Deca e Doccol.



FOTOBIENAL MASP

artistas: Vários
curador: Ricardo Resende
nº de obras: 97
local: Olho





Concebida por Teixeira Coelho, curador do MASP (Museu de Arte de São Paulo), e apoiada pela Pirelli, tem como curador convidado Ricardo Resende. Entre os mais de 30 artistas participantes estão os brasileiros Fernanda Magalhães, Rochelle Costi, Claudia Jaguaribe, Rosângela Rennó, Caio Reisewitz, Rodrigo Braga, Berna Reale, Dora Longo Bahia, Odires Mlászho, a sérvia Marina Abramovic e o colombiano Oscar Muñoz.

A exposição será orientada por um enfoque atual da fotografia, entendida não só como aquela obtida por um aparato especificamente construído para esse fim, mas no seu formato de campo ampliado que a qualifica como uma das formas mais ricas da arte atual. 



A linguagem da fotografia tradicional será confrontada com os demais meios artísticos que com ela hoje dialogam, como a pintura, o vídeo, a instalação. Jovens fotógrafos ao lado de consagrados, autores brasileiros e do exterior estarão lado a lado, numa troca intensa de pontos de vista e soluções estéticas, indispensável no atual momento da comunidade global da arte.

“Esta mostra traz o novo cenário em todos seus aspectos processuais, de maneira que fique evidentes como a fotografia tornou-se campo de experimentação conceitual e visual para os artistas nas últimas décadas”, define o curador Ricardo Resende.




A coleção

A coleção começou em 1990 como um projeto conjunto do MASP e da Pirelli, fabricante de pneus com 85 anos de história no Brasil. Ao longo de todo este tempo, buscou-se construir, de forma sistemática, um painel representativo da fotografia contemporânea brasileira a partir dos anos 1940 e 1950. O conjunto das mais de mil obras tem a virtude de reunir nomes consagrados, investir em talentos emergentes e também resgatar a memória de fotógrafos que foram importantes para a história da fotografia no Brasil. O resultado é uma coleção comprometida em contribuir para a formação de referências culturais em torno da fotografia nacional, construindo um pensamento crítico sobre a imagem na contemporaneidade.






PROJETO ESPECIAL - SALA DE REFERÊNCIA DO ACERVO E AÇÃO EDUCATIVA

artistas: Waldemar Curt Radovanovic Freyesleben
acervo:Museu Oscar Niemeyer
local: Sala de Referência do Acervo e Ação Educativa



Projeto Especial - Sala de Referência do Acervo e Ação Educativa 
O Museu Oscar Niemeyer realiza um projeto especial de longa duração que tem o  objetivo de apresentar ao público a trajetória de um artista de grande importância e  que tenha obras no acervo do MON. O projeto prevê visitas agendadas de escolas,  mediações e atividades interativas, com o objetivo de fazer com que o visitante se  aprofunde e conheça mais sobre a vida e obra do artista.  Desenvolvido pelo setor de Ação Educativa em parceria com o Departamento de  Museologia, Restauro e Conservação do Museu, já passaram nomes como Violeta  Franco, Frederico Guilherme Virmond, Erbo Stenzel, Osmar Chromiec e atualmente  Waldemar Curt Radovanovic Freyesleben, que está em exposição até maio de 2014.