quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Curador: o responsável pelo cubo branco


Crítico, imaginativo, bom escritor e amante dos museus. Esses são alguns dos adjetivos ligados ao profissional que atua como curador de arte. Formado em áreas diversas, como história, literatura, filosofia ou comunicação, e especializado na área, o curador é responsável pela preparação, concepção e montagem de exposições.

Veja a entrevista que o G1 fez sobre a profissão com a portuguesa Marta Mestre, curadora do MAM do Rio de Janeiro:
curadoria





segunda-feira, 5 de agosto de 2013

XXXIII COLÓQUIO DO COMITÊ BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA ARTE


  
A ARTE E SUAS INSTITUIÇÕES

Rio de janeiro, 23 a 27 de setembro de 2013


Segunda-feira 23/09 
  Credenciamento a partir das 14h00
   
  16h00
  Conferências de abertura
   
  Ulrich Grossman (Presidente do CIHA)
  Institutions for Art – Art for Institutions
   
  Peter Schneemann (Universidade de Berna/CIHA)
  Beholder and Public – Between Abstract Art Historical Reference and Target Group
   
  19h00
  Lançamento de livros
Coquetel de confraternização
   
   
  Terça-feira 24/09 - manhã
   
  Mesa-redonda 1 | (9h00 – 10h45)
Formas de exibição: lugares e estratégias (I)
   
  9h00-9h15:
  Elisa de Souza Martinez  (UnB/CBHA)
  Rembrandt e seu gabinete: naturalia e exotismo
   
  9h15-9h30:
  Jens Baumgarten (UNIFESP/CBHA)
  A re-apropriação da arte colonial entre o local e o global: Brasil e Filipinas
   
  9h30-9h45:
  Letícia Squeff (UNIFESP/CBHA)
  Exposições de arte no Brasil: modos de interpretação
   
  9h45-10h00:
  Ana Maria Tavares Cavalcanti (UFRJ/CBHA)
  Crítica de arte e originalidade artística nos Salões de Paris (1861, 1882 e 1899)
   
  10h00-10h15:
  Roberto Conduru (UERJ/CBHA)
  Brasil: terra de mágicos?
   
  
10h15-10h45:
  Debate
   
  10h45-11h00:
  Café
   
   
  Mesa-redonda 2 | (11h00 – 12h30)
Formas de exibição: lugares e estratégias (II)
   
  11h00-11h15:
  Vera Siqueira (UERJ/CBHA)
  Wanda Pimentel e o circuito expositivo brasileiro
   
  11h15-11h30:
  Almerinda da Silva Lopes (UFES/CBHA)
  A Arte Experimental e Política de Paulo Herkenhoff
   
  11h30-11h45:
  Marco Pasqualini (UFU/CBHA)
  A Galeria Whitechapel e a internacionalização da arte brasileira: duas exposições
   
  11h45-12h00:
  Nara Cristina Santos (UFSM/CBHA)
  Arte Contemporânea: exibição/disponibilização em redes colaborativas/telemáticas
   
  12h00-12h30:
  Debate
   
   
  Terça-feira 24/09 - tarde
   
  Mesa-redonda 3 | (14h00 – 15h45)
Crítica e curadoria: construções de sentido
   
  14h00-14h15:
  Bianca Knaak (UFRGS/CBHA)
  Construções de sentidos em curadorias de acervos artísticos institucionais
   
  14h15-14h30:
  Helouise Costa (MAC/USP e CBHA)
  A fotografia moderna no Brasil: do fotoclubismo ao sistema de arte
   
  14h30-14h45:
  Claudia Valladão de Mattos (Unicamp/CBHA)
  Hileia Amazônica no MASP: Arte e Ecologia na década de 70 no Brasil
   
  14h45-15h00:
  Marília Andrés Ribeiro (UFMG/CBHA)
  A crítica institucional e a estética da existência
   
  15h00-15h15:
  Ana Maria Albani de Carvalho (UFRGS/CBHA)
  Curadoria e potencialidade crítica na arte pós-autônoma
   
  15h15-15h45:
  Debate
   
  15h45 – 16h00:
  Café
   
   
  Mesa-redonda 4 | (16h00 – 17h30)
Mestres e artistas: práticas, formação e ensino (I)
   
  16h00-16h15:
  Ângela Brandão (UNIFESP/CBHA)
  Sobreposição de tarefas: uma leitura do Dicionário de Judith Martins
   
  16h15-16h30:
  Elaine Dias (UNIFESP/CBHA)
  Le Breton entre Humboldt e Bachelier: referências para o ensino artístico brasileiro
   
  16h30-16h45:
  Raquel Quinet Pífano (UFJF/CBHA)
  Felix da Costa e a Defesa da Nobreza da Pintura
   
  16h45-17h00:
  Sonia Gomes Pereira (UFRJ/CBHA)
  Paisagem e Academia: Agostinho José da Mota
   
  17h00-17h30:
  Debate
   
   
  Terça-feira 24/09 - noite
   
  18h00 – 20h00
  Apresentação presencial de pôsteres
   
   
  Quarta-feira 25/09 - manhã
  

  Mesa-redonda 5 | (9h00 – 10h30)
Narrativas e interpretações: inclusões e exclusões(I)
   
  9h00-9h15:
  Cybele Vidal Neto Fernandes (UFRJ/CBHA)
  As estratégias da arte nas celebrações luso-brasileiras
   
  9h15-9h30:
  Maraliz Christo (UFJF/CBHA)
  A Revolução Francesa no Chile e a pintura histórica de Raymond Monvoisin
   
  9h30-9h45:
  Paulo Knauss (UFF/CBHA)
  Índios no salão: Louis Rochet e a escultura etnográfica entre a França e o Brasil
   
  9h45-10h00:
  Mirian Nogueira Seraphim (IFMT/CBHA)
  Por uma cronologia das Artes Plásticas no Brasil do Dezenovevinte
   
  10h00-10h30:
  Debate
   
  10h30-11h00:
  Café
   
   
  Mesa-redonda 6 | (11h00 – 12h30)
Imagens da arte e interpretações do passado (I)
   
  11h00-11h15:
  Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho (CBHA)
  O programa escultórico da Catedral de Salvador – igreja do antigo Real Colégio da Bahia
   
  11h15-11h30:
  Maria Elizia Borges (UFG/CBHA)
  Aspectos do revival egípcio e classicista na arte funerária brasileira
   
  11h30-11h45:
  José Augusto Costa Avancini (UFRGS/CBHA)
  As Pinacotecas Municipais de Porto Alegre: A cidade na pintura de paisagem
   
  11h45-12h00:
  Renato Palumbo Dória (UFU/CBHA)
  Retratos à Margem: imagens invisíveis da arte no Brasil
   
  12h00-12h30:
  Debate
   
   
  Quarta-feira 25/09 - tarde
   
  Mesa-redonda 7 | (14h00 – 15h45)
Inventários, coleções e arquivos
   
  14h00-14h15:
  Maria Inez Turazzi (IPHAN/CBHA)
  Entre negociações e disputas: a doação da coleção Geyer ao patrimônio público
   
  14h15-14h30:
  Neiva Maria Fonseca Bohns (UFPel/CBHA)
  A vitrine invisível. Um estudo sobre o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo
   
  14h30-14h45:
  Mônica Zielinsky (UFRGS/CBHA)
  História da arte como instituição e como arquivo. A pintura de Marilice Corona
   
  14h45-15h00:
  Sandra Makowiecky (UDESC/CBHA)
  Experiências intermitentes: arquivos, inventários e coleções em Santa Catarina
   
  15h00-15h15:
  Maria do Carmo Freitas Veneroso (UFMG/CBHA)
  Livros de artista: seu lugar de produção e difusão no campo da arte contemporânea
   
  15h15-15h45:
  Debate
   
  15h45 – 16h00:
  Café
   
   
  Mesa-redonda 8 | (16h00 – 17h30)
Mestres e artistas: práticas, formação e ensino (II)
   
  16h00-16h15:
  Adalgisa Arantes Campos (UFMG/CBHA)
  Aprendizagem artística, pintura colonial mineira, pintores coloniais
   
  16h15-16h30:
  Luiz Alberto Ribeiro Freire (UFBA/CBHA)
  As maquinetas dos Humildes como representação do universo religioso feminino
   
  16h30-16h45:
  Ana Mae Barbosa (USP/CBHA)
  Cecília Meireles e o Ensino da Arte: o cinema e a educação infantil
   
  16h45-17h00:
  Angela Ancora da Luz (UFRJ/CBHA)
  O ateliê de Bandeira de Mello. Lugar de memória, de práticas e formação de mestres
   
  17h00-17h30:
  Debate
   
   
  Quarta-feira 25/09 - noite
   
  18h00 – 20h00
  Conferências
   
  Glória Ferreira (UFRJ)
  A querela da abstração e a formação dos museus de arte moderna no Brasil, anos 40
   
  Silvia Dolinko (Instituto Torquato de Tella)
  El Instituto Di Tella y su programa de modernización cultural y experimentación artística en Buenos Aires en los años sesenta. Devenir de un proyecto institucional y actualidad de un archivo
   
  
Jantar por adesão
   
   
  Quinta-feira 26/09 - manhã
   
  Mesa-redonda 9 | (9h00 – 10h45)
Instituições, fronteiras e marginalidade
   
  9h00-9h15:
  Paula Ramos (UFRGS/CBHA)
  MAC-RS: 21 anos de algumas conquistas, muitas crises e permanentes indefinições
   
  9h15-9h30:
  Sílvia Miranda Meira(USP/CBHA)
  A reflexão crítica como estratégia e proposição da Jovem Arte Contemporânea no MAC da USP nos anos 60
   
  9h30-9h45:
  Dária Jaremtchuk (USP/CBHA)
  CONTRABIENAL: exposição impressa ou manifesto político?
   
  9h45-10h00:
  Emerson Dionísio Gomes de Oliveira (UnB/CBHA)
  O público como instituição: interdependência e criação na arte contemporânea
   
  10h00-10h15:
  Maria Angélica Melendi (UFMG/CBHA)
  Ocorrências de arte contemporânea na natureza habitada
   
  10h15-10h45:
  Debate
   
  10h45-11h00:
  Café
   
   
  
Mesa-redonda 10 | (11h00 – 12h30)
Narrativas e interpretações: inclusões e exclusões(II)
   
  11h00-11h15:
  Marize Malta (UFRJ/CBHA) 
  A trivialidade da arte em casa: a coleção artística do Museu Casa de Rui Barbosa
   
  11h15-11h30:
  Ana Gonçalves Magalhães (MAC/USP e CBHA)
  Bienal de São Paulo/MAM: Revisitando a Constituição de um Acervo Modernista
   
  11h30-11h45:
  Felipe Soeiro Chaimovich (FAAP)
  Os museus de arte moderna e o conceito de moderno
   
  11h45-12h00:
  
Rosana Pereira de Freitas (UFRJ/CBHA)
  Orientalismo de vanguarda
   
  12h00-12h30:
  Debate
   
   
  Quinta-feira 26/09 - tarde
   
  Mesa-redonda 11 | (14h00 – 15h45)
Crítica e curadoria: construções de sentido
   
  14h00-14h15:
  Ana Paula Nascimento (Pinacoteca do Estado de São Paulo/CBHA)
  A contribuição editorial de Virgílio Maurício no jornal Gazeta de Notícias em 1923
   
  14h15-14h30:
  Maria Lúcia Bastos Kern (PUC/RS e CBHA)
  A Revista Martín Fierro e o projeto de arte moderna
   
  14h30-14h45:
  Maria Luisa Luz Távora (UFRJ/CBHA)
  A Gravura Informal no RESUMO - JB (1963-1972)
   
  14h45-15h00:
  Maria de Fátima Morethy Couto (Unicamp/CBHA)
  Rejeições ao pop: arte e crítica na América Latina dos anos 1960
   
  15h00-15h30:
  Debate
   
  15h30 – 16h00:
  Café
   
   
  Mesa-redonda 12 | (16h00 – 18h00)
Imagens da arte e interpretações do passado (II)
   
  16h00-16h15:
  Sheila Cabo Geraldo (UERJ/CBHA)
  Transversalização da arte e da história
   
  16h15-16h30:
  Ângela Maria Grando Bezerra (UFES/CBHA)
  Persistência do passado na arte presente de Bill Viola
   
  16h30-16h45:
  Paulo Silveira (UFRGS/CBHA)
  Reavaliando um insucesso de Ulises Carrión: o caso “O roubo do ano”
   
  16h45-17h00:
  Stéphane Huchet (UFMG/CBHA)
  Os três passados/clichês de Vik Muniz: a participação, a iconografia e o artista
   
  17h00-17h30:
  Debate
   
   
  Quinta-feira 26/09 - noite
  

  Conferências de encerramento | (18h00 – 20h00)
   
  Chantal Georgel (Institut National d’Histoire de l’art)
  O papel das coleções particulares na história das instituições museais na França
   
  Philipe Sénéchal (Institut National d’Histoire de l’art)
  Publier ce que l'on vend : le marchand d'art ancien et son réseau scientifique
   
   
  Sexta-feira 27/09 - manhã
   
  Assembleia do CBHA | (09h30-12h00)

EXPOSIÇÃO "AGOSTO AZUL"



AGOSTO AZUL - EXPOSIÇÃO DE TELAS COLETIVA 

Acontece nesta terça feira dia 13 de agosto de 2013 às 20h no Espaço Cultural do SESI PONTA GROSSA  a Exposição Coletiva Agosto Azul. O evento está inserido na programação do movimento criado em Ponta Grossa pela Rotariana Elizabeth Silveira Schmidt em parceria com todos os Rotarys de Ponta Grossa para alertar os homens para a necessidade de cuidar mais de sua saúde. Exames simples podem fazer a diferença em seu futuro, algumas doenças entre elas o câncer de próstata podem ser facilmente tratadas quando descobertas no início e o tratamento tem maior chance de cura neste estágio.
Participam desta exposição 12 artistas com telas em tons de azuis criando uma atmosfera mais alegre ao tema deste movimento mas sem procurar atingir o foco que é a prevenção da saúde masculina.


domingo, 4 de agosto de 2013

Estudo atesta pico de euforia no mercado brasileiro de arte

Estudo atesta pico de euforia no mercado brasileiro de arte



SILAS MARTÍ
FOLHA DE DE SÃO PAULO

Novos números comprovam a sensação de euforia no mercado de arte brasileiro, que cresceu 22,5% em 2012, três vezes a média mundial, de 7%, segundo um último levantamento de dados. As galerias de arte contemporânea chegaram à arrecadação de R$ 250 milhões ao ano, enquanto preços de obras subiram em média 15%, bem acima da inflação do período.
Outro dado também surpreende. Segundo um relatório da secretaria paulista da Fazenda obtido pela Folha, a última edição da feira SP-Arte, em abril, declarou R$ 99 milhões em vendas, mais do que o dobro de 2012, quando registrou R$ 49 milhões.
Essa é apenas uma fração do total dos negócios da feira, já que só as comercializações com isenção de impostos estaduais --no caso, as vendas de algumas obras importadas-- precisam ser declaradas dessa forma. O faturamento total pode ter superado R$ 300 milhões porque essas transações respondem por pouco menos de um terço do total das galerias.
Editoria de Arte/Folhapress
Números do estudo mais recente do projeto Latitude, que reúne a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e a Associação Brasileira de Arte Contemporânea, obtidos com exclusividade pela Folha, também mostram que o mercado brasileiro está mais internacional, com artistas estrangeiros representando 22,5% dos times das maiores galerias nacionais.
Mas galeristas e agentes de mercado relutam em estourar garrafas de champanhe.
"As vendas têm sido bem firmes, mas é fato que o gelo da festa acabou", diz Marcia Fortes, sócia da galeria Fortes Vilaça. "Artistas jovens no Brasil custam muito caro, então a tendência é estabilizar."
Ou seja, após atingir um pico, o mercado está mais maduro, com crescimento "consistente e linear", segundo Ana Letícia Fialho, do projeto Latitude. Mas galeristas preveem uma desaceleração.
COMPASSO DE ESPERA
Num cenário político e macroeconômico conturbado, com o dólar em disparada, manifestações nas ruas e debandada de investimentos estrangeiros, colecionadores têm ficado mais reticentes.
"Existe um compasso de espera agora", diz André Millan, um dos donos da galeria Millan. "É lógico que as vendas estão caindo. As pessoas estavam comprando trabalhos como se fossem caixas de Bis. Agora há um tom de reclamação entre as galerias, não a euforia sem sentido."
Divulgação
Tela 'Meu Limão', de Beatriz Milhazes, vendida por US$ 2,1 milhões
Tela 'Meu Limão', de Beatriz Milhazes, vendida por US$ 2,1 milhões
Mas se o Brasil desacelera, uma saída é o mercado estrangeiro. Segundo dados do Latitude, que serão divulgados na quinta-feira (25), só 11,5% dos clientes das galerias do país são estrangeiros, mas 50% dessas casas participam de feiras no exterior e 30% têm parcerias com casas de fora.
"Galerias estão vendo a internacionalização como estratégia de sobrevivência, para quando o mercado interno não estiver tão dinâmico", diz Monica Esmanhotto, gerente executiva do Latitude. "Estava todo mundo acomodado, e agora vemos as galerias saírem da zona de conforto."
Outros agentes de mercado também devem se mexer.
Jones Bergamin, da Bolsa de Arte, a maior casa de leilões do Brasil, afirma que o setor não deve sofrer uma queda brusca nas vendas, mas precisa lidar agora com a escassez de obras-primas na praça, as chamadas "blue chip", que são vendidas com facilidade mesmo em momentos mais turbulentos.
Um exemplo é uma tela de Adriana Varejão leiloada neste mês --com lance inicial de R$ 700 mil, a peça foi arrematada depois por R$ 1,5 milhão.
"Uma obra-prima tem liquidez imediata, é fácil vender", diz a consultora de arte Cecília Ribeiro. "Mas o problema, agora, é que não estão aparecendo essas coisas excepcionais no mercado."

Ferreira Gullar não se comove com momento das artes visuais



 
compartilhado da FOLHA DE SÃO PAULO
Em "A Menina Cláudia e o Rinoceronte", Gullar assina as ilustrações. No livro, Cláudia tenta ajudar uma rinoceronte a engravidar.
Este é o quarto livro de Gullar com a proposta das colagens --já ganhou um prêmio Jabuti de ilustração com um deles,"Bananas Podres".
Sobre esta surpreendente faceta do consagrado poeta, ele comenta, em tom de brincadeira: "Estou virando artista plástico sem querer".
"Descobri o acaso como uma coisa altamente criativa para mim", acrescenta ele, que tem sólida carreira como ensaísta em artes plásticas.
Cecilia Acioli/Folhapress
Autorretrato que Gullar tinha dado a Vinicius de Moraes
Autorretrato que Gullar tinha dado a Vinicius de Moraes
*
Folha - Por que o acaso?
Como não tenho motivação especial, o acaso sugere caminhos. Inclusive eu acho que esse processo de jogar os papéis à toa devia ser adotado nos colégios, porque qualquer criança pode começar a criar a partir disso. Quando estou fazendo esse trabalho é como se fosse um garoto.
O poema também é fruto do acaso?
O poema é exatamente o contrário, por isso estou há vários anos sem escrever. Porque se não sou levado pelo espanto, não escrevo. A poesia mesmo nasce de um estado de espírito de perplexidade diante do mundo. Não é algo que você faça porque quer. O poema utiliza a linguagem verbal, que é organizada.
Considera-se artista plástico?
Não, eu faço como hobby, como algo que me distrai e diverte. Estou virando artista plástico sem querer (risos).
Como avalia a produção de artes plásticas atual?
Se o cara bota urubu dentro duma gaiola, ou casais nus dentro de um museu, pra mim isso não é arte. Não me comove. Arte é uma coisa que as pessoas fazem, a natureza não é uma coisa que as pessoas fazem.
Como avalia o momento político atual?
É importante o pessoal protestar contra a situação, isso terá consequências positivas.
Só vejo um problema grave, que é de não haver representatividade política nos protestos. O país para ser governado tem que ter partidos e líderes.
E o comunismo?
O comunismo acabou, ele prestou e cumpriu seu papel como visão revolucionária que alimentou gerações e ajudou o processo social a avançar sobretudo na área do trabalhador, que conquistou mais direitos.