sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Uma visita aos museus de Curitiba em janeiro.

Daniel Castellano/Gazeta do Povo / Mazé Mendes com um de seus trabalhos mais recentes, no Sesc Paço da Liberdade
Mazé Mendes com um de seus trabalhos mais recentes, no Sesc Paço da Liberdade


O Caderno G fez uma seleção das exposições em cartaz pela cidade que valem uma visita em janeiro. Conheça nomes como Mazé Mendes e Uiara Bartira, ambas com retrospectivas e trabalhos recentes à disposição do olhar curioso, além de expoentes da fotogr
Publicado em 03/01/2014 | ISADORA RUPP
  compartilhado caderno G Gazeta do Povo.
Museu de Arte Contemporânea (MAC) 

Exposição reúne desenhos feitos ao longo dos últimos 30 anos pela artista Uiara Bartira, conhecida pela dedicação à gravura – ela ajudou a estruturar o Museu da Gravura de Curitiba, entre 1989 e 1993. A compilação de 180 obras apresentada no MAC é inédita. Para escolher o que iria ser exposto, foram catalogados e fotografados 1,3 mil desenhos – 600 deles são projetados em uma parede no MAC. Preste atenção na série Esquartejamento, com desenhos realizados por Uiara na década de 1980, depois de um período de estudos em Nova York.
Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Jonathan Campos/Gazeta do Povo / Uiara Bartira no Museu de Arte Contemporânea, com algumas de suas gravurasAmpliar imagem
Uiara Bartira no Museu de Arte Contemporânea, com algumas de suas gravuras
Exposições
Veja esta e outras mostras no Guia Gazeta do Povo
Roger Ballen, Transfigurações – Fotografias 1968-2012
Museu Oscar Niemeyer (MON)
Uma das melhores exposições em cartaz atualmente no MON, retrospectiva do trabalho do fotógrafo nova-iorquino Roger Ballen. Morando em Johannesburgo, maior cidade da África do Sul há décadas, Ballen ficou conhecido mundialmente pela série Platteland. Lançadas em 1994, mesmo ano da eleição do líder Nelson Mandela, as fotografias retratavam comunidades brancas empobrecidas do interior da África, e irritaram setores ainda ligados ao apartheid. Na mostra, é possível acompanhar as mudanças na carreira de Ballen, que começou com um trabalho intuitivo, com retratos da rua, passou pelo documental, e, atualmente, centra-se no abstrato.
Continuum
Sesc Paço da Liberdade
O último andar do prédio do Sesc Paço da Liberdade abriga uma sala de exposições ampla e com bela vista para o centro da cidade. Ali estão em cartaz obras da pintora Mazé Mendes, com seus trabalhos mais recentes, além de fotografias da série Vestígios, exibidas em 2007. Em Curitiba há 40 anos, seu trabalho traz várias referências sobre as formas e cores da cidade – seu objeto de pesquisa preferido.
Aquarela no Paraná
Galeria Solar do Rosário
Bem próximo ao Paço, no Largo da Ordem, é possível ver obras dos maiores aquarelistas do Paraná, em mostra organizada pela galeria, que também virou livro homônimo. Estão em cartaz trabalhos de Emma Koch, Guido Viaro, Maria Ivone Bergamini, entre outros. A galeria conta também com loja e café.
Transfi­­gurações
Museu Municipal de Arte (MuMa), no Portão Cultural
A mostra passa por várias fases da carreira do artista maringaense Paolo Ridolfi, com obras desde o início de sua carreira, expostas na Galeria Triângulo, de São Paulo, em 1988, até as produções mais atuais. Ridolfi vive e produz em Maringá até hoje, e suas obras fazem parte de acervo de museus como o MON, e de coleções de arte importantes, como a Marcantônio Vilaça. Não deixe de ver o tríptico (três pinturas unidas por uma moldura) com autorretrato do artista.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Os nomes e obras inevitáveis da cultura em 2014

compartilhado da folha são paulo


Veja abaixo os destaques de 2014 na cultura escolhidos pela "Ilustrada", separados por área.Impossível atravessar este novo ano sem ouvir, ver ou ler essas apostas de grandes lançamentos artísticos da temporada.
*
THALES DE MENEZES
MÚSICA
Adele
A artista que mais vendeu discos nos últimos três anos lançará em abril "24", terceiro álbum de estúdio e deve se consolidar como a rainha da nova soul music
U2
O 13º álbum de inéditas do quarteto irlandês será, como sempre, divulgado em turnê mundial. O disco deve chegar em maio e há muita boataria sobre um show no Rio, durante a Copa do Mundo
Kanye West & Jay-Z
Os rappers mais poderosos do planeta se reúnem novamente para lançar "Watch the Throne 2". Nos discos solo de 2013, Kanye inovou com eletrônico; Jay-Z foi na onda retrô. O que vem agora?
Criolo
O rapper brasileiro mais badalado dos últimos tempos já esgotou completamente o ciclo de seu primeiro álbum. Seu público, que só aumenta, quer mais canções como "Não Existe Amor em SP"

Inevitáveis de 2014

 Ver em tamanho maior »
Fracesco Degasperi/AFP
AnteriorPróxima
MÚSICA: Bruce Springsteen - O novo álbum chama-se High Hopes e sai dia 14/1. Seus últimos cinco discos lideraram as paradas e os shows em São Paulo e no Rio multiplicaram seus fãs no país
*
SILAS MARTÍ
ARTE CONTEMPORÂNEA
Bienal de São Paulo
Depois da elogiada 30ª edição, a mostra marcada para o mês de setembro de 2014 será organizada pelo britânico Charles Esche, conhecido pelas mostras experimentais que organizou
no Van Abbemuseum
Tino Sehgal
Maior nome da performance atual depois da sérvia Marina Abramovic, Tino Sehgal abrirá uma mostra individual a partir de março no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro
Claudia Andujar
A fotógrafa ficou famosa pelas imagens de índios ianomâmi na Amazônia. Em 2014, a artista volta ao local para uma nova etapa de sua série mais célebre, que será exposta num novo pavilhão dedicado à sua obra no Inhotim
Rodolpho Parigi
Artista conhecido por suas telas de abstrações geométricas e composições homoeróticas, Parigi fará performance em que encarna a personagem Fancy Violence, mistura de música, cinema e teatro
*
FERNANDO MASINI
CINEMA
"12 Anos de Escravidão"
Um dos favoritos ao Oscar, o britânico Steve McQueen poderá se tornar o primeiro diretor negro a levar uma estatueta. O longa, com estreia prevista para 28/2, fala sobre um escravo
livre forçado a trabalhar
"Robocop"
A expectativa é grande para ver a versão do diretor brasileiro José Padilha para o ciborgue policial. A ideia de Padilha foi humanizar o protagonista e explorar seus sentimentos. Estreia programada no país para 21/2
"Noé"
O épico bíblico do diretor Darren Aronofsky, de "Cisne Negro", tem a missão nada modesta de recriar a Arca de Noé. Ele conta com Russell Crowe como Noé. A estreia está prevista para 14/4
"Ninfomaníaca"
O novo filme do polêmico Lars von Trier, que estreia no Brasil em 10/1, mostra uma mulher em busca de sexo fácil. O longa virou assunto antes de ser lançado, com pôsteres em que os atores apareciam simulando orgasmos
*
GUSTAVO FIORATTI
TEATRO
"Tríptico Samuel Beckett"
Com textos do autor irlandês Samuel Beckett (1906-1989), o espetáculo nasce de uma parceria entre o Club Noir e a atriz Nathália Timberg. Previsto para 31/1 no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo
"Jesus Cristo Superstar"
Depois de dirigir "My Fair Lady", "O Rei e Eu" e "Evita", o diretor Jorge Takla volta a investir em uma versão para um musical antigo. Deve estrear em março, no Teatro do Instituto Tomie Ohtake
"Entredentes"
Com título ainda provisório, tem direção de Gerald Thomas e o ator Ney Latorraca em cena. A peça está prevista para março, no palco do Sesc Pinheiros
"Todos os Musicais de Chico Buarque em 90 Minutos"
O musical de Charles Moeller e Cláudio Botelho homenageia os 70 anos de Chico Buarque, com estreia prevista para o dia 9 de janeiro no teatro Clara Nunes, no RJ
"Se Eu Fosse Você - O Musical"
Versão para o palco do filme com Glória Pires e Tony Ramos estreia no Rio de Janeiro e vem para SP
*
IARA BIDERMAN
DANÇA
"Núcleo Vera Sala"
"Dissincronia", novo projeto da coreógrafa Vera Sala, é um desdobramento das pesquisas para o solo "Estudo para Lugar Nenhum", espetáculo sobre o corpo como instalação. A coreógrafa deve apresentar o trabalho em processo ainda no primeiro semestre
"Lote #3"
A residência artística coordenada por Christian Duarte promove "laboratórios-intervenções" ao longo do projeto para estudantes e pesquisadores. Ao final de cada oficina, há um experimento aberto ao público. O primeiro de 2014 será em fevereiro
"Balé da Cidade de São Paulo"
Nos 45 anos de existência, o corpo de baile do Municipal já passou por fases de glória e de esquecimento. Em 2013, com nova direção e integrantes, entrou em uma fase promissora. Para 2014, a atual diretora promete projetos inéditos e remontagens de obras da história da companhia
"Cia Lagartixa na Janela"
O grupo coordenado pela dançarina e coreógrafa Uxa Xavier trabalha com dança para crianças e leva suas criações para espaços alternativos, como praças, o Minhocão e áreas de convivência em centros culturais. Os eventos devem ocorrer a partir do primeiro semestre
*
RAQUEL COZER
LITERATURA
"A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert", de Joel Dicker
O livro que desbancou "Cinquenta Tons" das listas europeias de best-sellers, do suíço Joel Dicker, é um catatau de 670 páginas. Previsto para junho pela editora Intrínseca, narra o esforço de um escritor para limpar o nome de seu mentor, acusado de um assassinato no passado
"Você Vai Voltar para Mim e Outros Contos", de Bernardo Kucinski
A ficção se destaca entre os livros anunciados pelas editoras para os 50 anos do golpe militar de 1964. Relatos ouvidos na Comissão da Verdade de São Paulo e histórias de amigos ajudaram Kucinski a criar o livro, que sai pela Cosac Naify em fevereiro
"A Extraordinária Viagem do Faquir que Ficou Preso Dentro de um Armário Ikea", de Roman Puértolas
O francês Puértolas era um agente da polícia com sete romances recusados pelas editoras até que este livro vendeu centenas de milhares de cópias e teve direitos comprados em 35 países. Aqui, sai pela Record, em março
"À Noite Andamos em Círculos", de Daniel Alarcón
Desde a estreia com "Rádio Cidade Perdida" (Rocco), o peruano radicado nos EUA Alarcón frequentou as listas de melhores jovens autores das revistas "Granta" e "New Yorker". Seu elogiado retorno terá tradução pela Alfaguara
*
ISABELLE MOREIRA LIMA
SÉRIES
"Fleming: The Man Who Would Be Bond"
A minissérie inglesa conta a história de Ian Fleming, criador do agente secreto 007. Produzida pela BBC, ainda não tem canal definido no Brasil, mas já vem fazendo barulho na internet com um vídeo promocional que mostra que James Bond talvez fosse o alter ego de seu criador
"Doce de Mãe"
O telefilme que rendeu o prêmio Emmy Internacional para a atriz Fernanda Montenegro vira série em 2014. "Doce de Mãe" mostra a vida de Dona Picucha, uma velhinha do barulho que mora em Porto Alegre. Vai ao ar às quintas-feiras, na Globo, a partir de 30/1
"A Teia"
A série escrita por Bráulio Mantovani ("Cidade de Deus") e Carolina Kotscho ("2 Filhos de Francisco") conta a história do delegado Jorge Macedo (João Miguel), que arrisca sua reputação para prender um criminoso vivido por Paulo Vilhena. "A Teia" estreia em 28/1, na Globo
"True Detective"
Estrelada por Woody Harrelson e Matthew McConaughey, a série acompanha a vida de dois detetives por 17 anos enquanto investigam um crime ocorrido no estado norte-americano da Louisiana. No final, os investigadores passam a ser investigados
*
DAIGO OLIVA
FOTOGRAFIA
Alberto Lizaralde
Em 2013, o espanhol Alberto Lizaralde produziu o protótipo de um fotolivro chamado "Everything Will Be OK", que conta a história da morte de um amigo. A obra é feita de dípticos de objetos quebrados e registros de rostos tristes. O projeto deve se tornar livro no próximo ano
Cristina de Middel
O frisson em torno da autora de "The Afronauts" não deve acabar tão cedo. No primeiro semestre, a fotógrafa espanhola vai lançar o fotolivro "Party", uma brincadeira com "O Livro Vermelho", de Mao Tse Tung. A ironia das possíveis traduções para "party" (pode ser tanto "festa" quanto "partido") se arrastam pelas imagens
Martin Parr e Gerry Badger
Os ingleses Martin Parr e Gerry Badger lançarão em março a terceira e última parte do índex gigantesco de fotolivros que a dupla vem catalogando desde 2004, quando saiu a primeira parte de "The Photobook: A History". As imagens dos fotolivros e as fichas explicativas sobre as obras são uma enorme contribuição para a fotografia

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Neozelandeses ‘pintam’ gatos


Compartilhado de  ARTE & DESIGN

A “arte” de pintar gatos e outros bichos de estimação sempre provocou polêmica e indignação entre amantes dos animais. Curiosos com a discussão, o escritor e cartunista Burton Silver e a ilustradora Heather Busch resolveram encarar a questão de maneira irônica e lançaram um livro com fotos de gatos coloridos digitalmente. Fique tranqüilo, nenhum felino foi ferido. É tudo Photoshop

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Nova ferramenta do Google permite visitar mais de 100 obras de arte de rua em São Paulo

O Google acaba de lançar o Street Art Project, ferramenta que traz obras de arte urbana que estão espalhadas pelas ruas da cidade de São Paulo. Com fotos em alta resolução, o site reúne trabalho de grafiteiros, artistas e arquitetos como Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Speto, Kobra, Mulheres Barbadas e Space Invader.

A página integra o  Google Art Project, site que disponibiliza coleções de museus e galerias de arte do mundo inteiro. Mais de 40 países tem sua arte destacada na página. Dentro do Google Arte,  a Pinacoteca do Estado e o Museu de Arte Moderna reprsentam a capital paulista.
 sao_paulo_street_art

LEIA MAIS

domingo, 22 de dezembro de 2013

Artistas nacionais expõem obras inéditas de cerâmica em Curitiba


Evento ocorre até o dia 30 de março de 2014, na Casa Andrade Muricy.
Exposição reúne 56 obras contemporâneas de 30 artistas brasileiros.

Do G1 PR
Comente agora
Obra 'Tensão Escultural' foi a primeira colocada na seleção oficial do evento (Foto: Andrey Zignnatto/ Divulgação)Obra 'Tensão Escultural' foi a primeira colocada na
seleção oficial do evento (Foto: Andrey Zignnatto/
Divulgação)
Trinta ceramistas de todo o Brasil foram selecionados para participar do 4º Salão Nacional de Cerâmica, que ocorre na Casa Andrade Muricy, em Curitiba, até o dia 30 de março de 2014. O evento reúne 56 obras que mostram a produção contemporânea da cerâmica. A entrada é gratuita. 
Ao todo, 200 artistas de todo o país se inscreveram para participar da seleção oficial. Ponta Grossa está representada pelo Artista escultor Eduardo Luiz de Freitas (https://www.facebook.com/profile.php?id=100001775951599&ref=ts&fref=ts).  Os dois primeiros lugares, além de participarem da exposição, receberam um prêmio em dinheiro de R$ 10 mil e R$ 5 mil. O artista Andrey Zignnatto, de São Paulo, foi o primeiro colocado. A obra do paulista, chamada de Tensão Escultural, mostra peças semelhantes a um grande tijolo. "Eu vi casos de pessoas achando que era de borracha. Na verdade é a cerâmica do tijolo mesmo. Interessante é justamente este estranhamento", disse o artista.
O segundo lugar ficou com a porto-alegrense Alexandra Eckert. A obra da ceramista reúne vários livros com um coração de porcelana dentro deles. Segundo Alessandra, a ideia é mostrar que precisamos ficar em silêncio para ouvir o que o coração tem a dizer. "Não temos mais tempo para gente, a gente só tem tempo para correria, para o trabalho", complementou Alessandra.
  •  
Artistas nacionais expõem obras inéditas de cerâmica em Curitiba (Foto: Marcello Kawase / Divulgação )Artistas nacionais expõem obras inéditas de cerâmica 
(Foto: Marcello Kawase / Divulgação )
Esta edição do 4º Salão Nacional de Cerâmica apresenta algumas novidades. O Salão não será mais divido em categorias, o que justifica o número menor de participantes. Além disso, o público vai pode ver a exposição das obras de duas artistas convidadas, a Curitiba Lirdi Jorge e a boliviana Norma Grinberg.
Ações paralelas
Para divulgar o 4º Salão Nacional de Cerâmica, duas ações paralelas estão acontecendo em Curitiba. No Museu Oscar Niemeyer (MON), 4 mil flores brancas de cerâmica estão fixadas no gramado próximo ao espelho d’ água. A intervenção vai ficar até o dia 20 de janeiro de 2014.
No Museu Alfredo Andersen (MAA), entrou em cartaz na quinta-feira (19), a exposição “Retrospectiva dos Premiados dos Salões de Cerâmica”. A mostra reúne os trabalhos premiados de 25 artistas que participaram dos salões entre os anos de 1980 e 2012.
Serviço:
4º Salão Nacional de Cerâmica
Local: Casa Andrade Muricy
Endereço: Alameda Dr. Muricy, 915, Centro - Curitiba
Data e horário: até 30 de março de 2014 (terça a sexta-feira, das 10h às 19h; sábados, domingos e feriados, das 10 às 16h)
Entrada gratuita
Intervenção das 4 mil flores de cerâmica
Local: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999, Centro Cívico - Curitiba
Data: até 20 de janeiro de 2014
Exposição Retrospectiva dos Premiados dos Salões de Cerâmica
Local: Museu Alfredo Andersen
Endereço: Rua Mateus Leme, 336, São Francisco - Curitiba
Data e horário: até 30 de março de 2014 (terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 10h às 16h)
Entrada gratuita

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Reflexões sobre o “Cubo Branco”

compartilhado de Arte ref

Michelangelo Pistoletto
Labirindo, de Michelangello Pistoletto
A obra de Brian O’Doherty consiste em uma série de apontamentos críticos que nos ajudam a entender mais profundamente todas as relações visíveis e intrínsecas presentes dentro dos espaços expositivos e mais, entender paralelamente o contexto em que as obras de arte, a partir do modernismo, desejam-se inserir.
O autor investiga a sintaxe das linguagens tradicionais da arte com um certo tom de ironia, pensada  tanto teoricamente  – em seus quatro ensaios “No interior do cubo branco” publicados na revista Art Forum em 70 e 80 – como plasticamente. Portanto nestes ensaios, os paradigmas do espaço expositivo são explorados de forma crítica por um “usuário” deste meio, um produtor, um artista. Ele aponta para as contradições a partir de sua experiência paradoxal entre produzir uma obra e inseri-la neste espaço de arte normativo. A arte está contida dentro de uma série de complexas tramas onde as instâncias que a ela pertencem – artista, espectador, colecionador, curador e críticos – são inclinadas a fazer parte deste jogo que é regido por nada mais que os espaços denominados Cubos Brancos: Galerias, museus, espaços expositivos institucionalizados, ou os que dizem ser “alternativos” (apesar de que mesmo estes se tornaram peças deste jogo). Não há artista que não se defronte, em um determinado momento de sua carreira, com a vontade ou a inclinação de inserir seu trabalho neste espaço – pois para se “viver” de arte, devemos ser aceitos e consagrados pelos olhos destes senhores brancos, precisamos nos institucionalizar.  Conseqüentemente a este desejo de pertencimento, a produção artística corre o risco de ser induzida e conduzida a coexistir através de códigos referentes e aceitos nestes espaços. Boa parte dos trabalhos que foram produzidos no século passado foram idealizados de antemão para serem expostos neste ambiente sacralizado e distanciado da realidade do mundo, pensamento que se estendeu e se intensificou até a contemporaneidade.
O’Dorethy começa seu ensaio comparando o espaço da galeria moderna como “construído segundo preceitos tão rigorosos quanto os da construção de uma igreja medieval” onde o fiel se vê diante de um espaço isolado do mundo exterior e diante de uma arquitetura que leva-o a sentir-se ínfero comparado à sua magistralidade arquitetônica. A fé é o link que permite que o fiel sinta-se, por mais diminuto que pareça, conectado àquele espaço. Já na galeria de arte, o espectador e a própria obra atuam influenciados sobre este ambiente espaço. Como espectadores mudamos a postura para sentirmo-nos aceitos neste lugar, assim como a obra de arte, que se condiciona para ser aceita neste sistema. O contexto deste espaço se apodera do objeto artístico, tornando-se ele próprio.
O’Dorethy pensa que o ambiente expositivo pouco se difere do propósito de construções religiosas que antecederam às igrejas medievais. As catacumbas egípcias, por exemplo, foram idealizadas para quebrar com a consciência do mundo exterior, onde a ilusão de uma presença eterna – indiciada pela múmia e todos os objetos da vida material que a cercam – devia ser conservada pela passagem do tempo. Ainda o autor vai mais além: nas cavernas pintadas no período Paleolítico na França e na Espanha encontramos uma série de produções e registros estéticos de uma época mantidos num ambiente deliberadamente separado do mundo exterior e ainda, de difícil acesso. Para chegarmos aos salões onde estas pinturas foram realizadas, devemos passar por uma série de obstáculos e dominar certas técnicas de exploração deste local. Uma metáfora pode ser construída a partir da ideia do domínio de determinadas “técnicas” ou códigos presentes também no contexto das artes plásticas: para nos relacionarmos com muitas das obras que são produzidas na contemporaneidade, devemos ter domínio de alguns códigos, eruditos ou não.
“A galeria ideal subtrai da obra de arte todos os indícios que interfiram no fato de que ela é ‘arte’. A obra isolada de tudo o que possa prejudicar sua apreciação de si mesma. Isso dá ao recinto uma presença característica de outros espaços onde as convenções são preservadas pela repetição de um sistema fechado de valores”[1]
A obra portanto é tida como objeto descontextualizado dentro do cubo branco, pela neutralidade do espaço que subtrai qualquer outro tipo de informação visual que possa interferir em sua leitura. Mas há também trabalhos que, ao invés de atuarem na subtração do espaço, atuam na soma. Ao invés de serem subordinados ao espaço, é o espaço que subordina-se ao trabalho. A arte contemporânea consegue usar seus artifícios para através de sua própria existência questionar ou exaltar alguma questão particularmente ao seu próprio status-cuo.
A arte contemporânea, apesar de conter muitas vezes um alto nível de codificação em suas obras, tem por excelência um diálogo maior com outros campos do conhecimento e da vida – tanto no sentido técnico (novas linguagens, técnicas e materiais explorados) quanto em seus desdobramentos com a realidade – que o modernismo ou obras precedentes a ele traziam. Alguns artistas contemporâneos conseguem trazer à tona esta relação da obra e o cubo branco explicitamente, como é o caso da obra de Ricardo Carioba “0=3” onde o artista usa dos códigos e estruturas presentes no espaço expositivo como parte integrante da obra. Nesta instalação Carioba usa nada mais que o próprio espaço branco da galeria e um tríptico luminoso com fachos de luz vermelha, verde e azul – red, green e blue, daí o RGB, cores básicas para a criação da imagem pixel no computador. Por isso não deixa de parecer contraditório, à primeira vista, que o artista use justamente o próprio cubo branco como única materialidade da obra. A princípio, uma galeria que parece apresentar nada mais que o vazio – pois a sobreposição destas três fontes luminosas resultam em luz branca – na realidade atua sobre a soma de elementos.
Ricardocarioba
Instalação “0=3″ de Ricardo Carioba na Galeria Vermelho
Esta soma de elementos só é percebida com a presença física de um corpo no espaço. O espectador, assim como a obra, colaboram com as características positivas do cubo branco sejam potencializadas. A obra está ai totalmente em diálogo com o espaço, e ele em sua funcionalidade pura.
Penso que a problematização deste espaço é essencial para entendermos como uma série de valores são mantidos dentro do sistema de arte na contemporaneidade. Entender este espaço é também entender arte contemporânea, mesmo que ela ainda se desdobra em outros espaços, outros campos. Os artistas, curadores e educadores devem cada vez mais problematizar este ambiente, apontar para ações que possibilitam que esta estrutura rígida se torne mais penetrável pelo público e o público por ela também.
 Por Clarissa Ximenes

[1] O´DOHERTY, Brian. No interior do cubo branco: a ideologia do Espaço da Arte. São Paulo, Martins Fontes, 2002, p. 3.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Imagens raras de Bispo do Rosário Exposição de Walter Firmo traz fotografias feitas na década de 80, no centro psiquiátrico onde um dos maiores artistas plásticos brasileiros viveu por mais de 50 anos

compartilhado de Mente e cérebro 

Enviado pelo diretor de redação da revista IstoÉ para uma matéria na Colônia Juliano Moreira, 
no Rio de Janeiro, em 1985, Walter Firmo não imaginava que seria um dos poucos fotógrafos a
 registrar imagens de um dos maiores artistas plásticos brasileiros do século 20, Arthur Bispo do
 Rosário, interno da instituição psiquiátrica há mais de 50 anos, desde que sofreu um surto
 psicótico e invadiu um mosteiro afirmando-se enviado de Deus.

Acompanhado do jornalista José Castello, Firmo fez fotos jornalísticas para a matéria.
 Mas, fascinado por sua figura, acabou voltando ao manicômio nos dias seguintes e,
 com uma simples câmera Nikon F2, produziu um raro e sensível ensaio.
 O resultado das horas em companhia do artista pode ser visto no Rio de Janeiro, até fevereiro.
Com curadoria da psicanalista Flávia Corpas, a exposição Walter Firmo: um olhar sobre
 Bispo do Rosário é um recorte de um dia de Bispo na colônia, que se produziu 
cuidadosamente – vestiu seu manto da apresentação e a túnica bordada de oficial,
 obras de arte em si, feitas com fios desfiados do uniforme usado no hospital –
 e se deixou fotografar junto de vários de seus trabalhos, elaborados com materiais 
encontrados no lixo, como o compensado de madeira no qual fixou tênis Conga 
usados pelos internos, numa hábil desconstrução dos símbolos manicomiais, característica 
de sua obra.
“Estava frente a frente com a singeleza, a inocência – aquele homem vivia uma espécie 
de plenitude”, relatou Firmo. Além das imagens, a exposição também exibe um
documentário curta-metragem, com entrevistas do fotógrafo e de Castello sobre o
 encontro com Bispo.


Walter Firmo: um olhar sobre Bispo do Rosário. Livre 
Galeria. Rua Jardim Botânico, 719, loja 29, Jardim Botânico, Rio de Janeiro. 
De terça a sábado, das 14h às 18h.
Informações: (21) 3256-7720. Grátis. De 7 de dezembro até 22 de fevereiro de 2014.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Museu Oscar Niemeyer abre três grandes exposições



Abre nesta terça-feira no MON em Curitiba.



Twirling wires, 2001 P447 AM vu Roger Ballen
João Osório Brzezinski, Nuno Ramos e Roger Ballen apresentam suas obras no MON

O Museu Oscar Niemeyer (MON) abre no dia 17 de dezembro, terça-feira, às 19 horas, três grandes exposições: João Osório Brzezinski, Nuno Ramos e Roger Ballen. A entrada é gratuita na hora da abertura.
João Osorio Bueno Brzezinski nasceu em Castro (PR), em 1941. Formou-se em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e em Didática de Desenho pela Pontifícia Universidade Católica. Brzezinski é reconhecido por uma produção artística caracterizada pelo rompimento de paradigmas. Nesta exposição para o Museu Oscar Niemeyer ele criou a obra “Salvando aparências”, que ficará exposta na sala 9. Esta instalação retoma a linha iniciada em 2002 com “A farsa da cruz”. De acordo com o artista “nela encontram-se penduradas formas recortadas em MDF que iluminadas por lâmpadas incandescentes, projetam, desta vez sobre telas, sombras a serem trabalhadas no museu”. A curadoria é do crítico e professor de História da Arte Fernando Bini.
“Anjo e Boneco” é a nova individual do artista Nuno Ramos. A mostra traz uma série de desenhos em larga escala, todos feitos em guache, carvão e pastel seco; e um quadro em grandes dimensões feito com materiais diversos, produzido especialmente para a exposição no MON. O título da exposição é parte de um verso extraído da obra“Elegias de Duíno” de Rainer Maria Rilke – “Anjo e boneco: haverá espetáculo”. A exposição será marcada pelo retorno do artista a suas célebres pinturas, ou quadros-relevo de grandes dimensões, que não produzia há alguns anos. Caracterizados por uma potência de volume e uma agressividade de materiais ímpares, lançam-se fisicamente sobre o espectador, ao mesmo tempo que têm no chassis espelhado uma espécie de fundo infinito. Haverá uma conversa com o artista no mesmo dia, 17, no Miniauditório do MON, às 18h15, com mediação de Fabricio Vaz Nunes, professor de História da Arte da Embap (Escola de Música e Belas Artes do Paraná). A capacidade total são de 60 pessoas e a entrada é gratuita.
“Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-2012” é a primeira retrospectiva do fotógrafo na América Latina e apresenta uma seleção de obras de oito séries fotográficas, que cobrem desde os seus trabalhos iniciais até a sua pesquisa mais recente. A exposição reflete tanto a evolução das investigações estéticas, formais e metodológicas de Ballen, quanto sua busca por autoconhecimento, oferecendo, assim, uma jornada de transfigurações reais e simbólicas. “As imagens de Ballen são costuradas pela escolha singular das pessoas fotografadas, pela estranheza de gestos, pela relação sui generis entre os elementos (alguns recorrentes, como fios, desenhos rudimentares na parede, marcas de sujeira etc), além de frequentemente evocar uma proximidade entre humanidade e animalidade” aponta a curadora Daniella Géo. Ballen é considerado hoje, um dos fotógrafos mais respeitados internacionalmente.

Serviço:
Conversa com o artista Nuno Ramos
Mediação: Fabricio Vaz Nunes, professor de História da Arte da Embap (Escola de Música e Belas Artes do Paraná).
Local: Miniauditório do MON
Horário: 18h15
Capacidade: 60 pessoas
Entrada gratuita

Abertura das exposições 17/12/2013, terça-feira
19 horas – Entrada gratuita na abertura

“Salvando Aparências” – João Osório Brzezinski – sala 9
Até dia 16 de março de 2014

“Anjo e Boneco” – Nuno Ramos – sala 4
Até dia 30 de março de 2014

“Roger Ballen: Transfigurações, fotografias 1968-2012” – sala 8
Até dia 30 de março de 2014

Museu Oscar Niemeyer -
Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico – Curitiba – PR
Terça a domingo, das 10h às 18 horas
R$6 e R$3 (meia-entrada)
www.museuoscarniemeyer.org.b

Designers e artistas serão os líderes da inovação

ENTREVISTA / JOHN MAEDA

Professor diz que esses profissionais vão mudar o mundo dos negócios
GABRIELA BAZZO / Compartilhado da Folha de SÃO PAULO
"A arte e o design estão preparados para transformar a economia do século 21 tanto quanto a ciência e a tecnologia o fizeram no século passado". A visão é de John Maeda, 46, presidente da Escola de Design de Rhode Island (EUA) e considerado pela revista "Esquire" como uma das 75 pessoas mais influentes deste século.
Segundo ele, "artistas e designers serão os líderes da inovação".
Para Maeda, que já foi professor do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), o mundo pede hoje líderes criativos, que não temam o "fracasso produtivo", que tenham visão e que assumam riscos. Eles devem ter a capacidade de achatar os modelos organizacionais, manejando as empresas de forma menos vertical.
Leia trechos da entrevista do especialista à Folha.
Folha - Quais são as características ideais de um líder?
John Maeda - Na economia global contemporânea, as únicas constantes que os líderes encaram são a volatilidade e a complexidade. A perspectiva natural de artistas e designers -que se desenvolvem na ambiguidade - se tornou vital para os líderes. O novo tipo de liderança hoje em dia é a criativa.
Eu acredito que a liderança criativa é o que precisamos buscar atualmente. As características mais importantes desse tipo de modelo são: liderar pela inspiração, não pelo medo, pela criação de redes de contato, e não pela hierarquia, e pela experimentação e pela iteração, em vez da finalização.
Qual a importância de combinar técnica e sensibilidade? Como isso impacta grandes empresas?
Artistas e designers, em parceria com aqueles que desenvolvem soluções técnicas e científicas, são os únicos que podem responder questões profundas, humanizar o problema e criar respostas compatíveis com nossos valores. E é isso que irá nos mover para a frente. Mais do que nunca, nós precisamos de uma conexão com o consumidor como ser humano. Isso começa quando fundimos esse processo com a arte, o design e o pensamento crítico. O sucesso de empresas como o AirBnb (site para aluguel de hospedagens) evidencia como uma experiência bem desenhada é o que faz o sucesso de uma companhia nos dias de hoje.
Quais são os exemplos de benefícios gerados pela integração da ciência e das artes no mercado?
Os artistas e os cientistas tendem a encarar os problemas com mente aberta e inquietude. E ambos não temem o desconhecido, preferindo dar saltos, em vez de passos consecutivos. Eles se tornam parceiros naturais. Com esse pensamento complementar, há um grande potencial quando eles colaboram de forma contrabalançada, gerando resultados inesperados, que podem ser muito mais valiosos do que quando esses profissionais trabalham separados.
Alguns dos novos e mais poderosos produtos no mercado americano vêm da combinação entre design e tecnologia. A arte e o design são responsáveis por realmente promover inovação e, portanto, negócios de sucesso no século 21


John Maeda