sábado, 9 de março de 2013

6 anos do Bando da leitura.


O BANDO DA LEITURA está completando seis anos de ações, uma ação voluntária de estímulo a leitura determinado pelo MinC como Ponto  de Leitura. 


Segunda a "Chefe" do Bando Lucélia Clarindo, foram muitas as conquistas nesses anos. Além do reconhecimento pelo Governo Federal a construção da sala de leitura pelo Rotary Alagados. 
O mais importante porém é a participação de tantas crianças que passaram e passam pelo bando durante estes anos.
A imprensa e a parceria com o projeto Cultura Plural também  merece destaque na divulgação de nossas ações.
A cumplicidade de pessoas amigas que participam dos nossos encontros e nos ajudam no dia a dia nos mínimos detalhes como na colaboração com o lanche, um brinde, nas rodas de poesia e nas comemorações.
Tempo de agradecer a todos e renovar o convite para continuarmos juntos nesta ação .

Programação da semana
Dia 13 de março: 14h - Tarde festiva com a presença de crianças da LBV apresentando rodas de capoeira, leituras e contação de histórias.
Dia 14 de março; 14h Roda de poesia com a presença dos alunos da escola Monteiro Lobato.

Booktrailer de "Toda poesia" PAULO LEMINSKI

Arnaldo Antunes lê Paulo Leminski


Salão Graciosa / Edição de 2013


Salão Graciosa abre inscrições para a edição de 2013


As inscrições para a 15ª edição do Salão Graciosa de Artes Plásticas estão 

abertas. Os artistas têm até 6 de abril para fazer a inscrição no site do 

Graciosa Country Club (www.graciosa.com.br). Apenas trabalhos inéditos 

podem participar do salão, que terá curadoria da artista plástica Suzana Lobo. 

O júri é formado pelo crítico e curador João Henrique do Amaral e os artistas 

Alfi Vivern e Fernando Velloso. Para a inscrição, é necessário apresentar a 

ficha de cadastro assinada, fotocópia do RG e do CPF e um dossiê do artista, 

com fotografias de três obras para pré-seleção. A divulgação dos selecionados 

será em 9 de maio, no site do Graciosa. A abertura da exposição está prevista 

para 20 de maio, na sede social do clube. 


Mais informações na secretaria do Graciosa Country Club

(Av. Munhoz da Rocha, 1.146),

(41) 3015-5005 (ramais 1325 e 1385).

Exposição em Curitiba mostra "Olhares do Universo feminino"


Matéria
Matéria do Caderno G da gazeta do Povo ....
 /
ARTE

Exposição mostra diferentes olhares do universo feminino

No mês da mulher, artistas se reúnem para fazer homenagens com diferentes tipos de arte.
Artistas plásticos, fotógrafos, poetas, contistas, dramaturgos, músicos se reúnem no dia 13 de março, às 19 horas, para a exposição "Mês da Mulher", no Estação Business School, em Curitiba. Com a curadoria do artista plástico Carlos Zemek, a ideia do evento, que tem entrada franca, é homenagear a mulher com vários tipos de arte que mostram olhares diferentes sobre o feminino.

Nas obras expostas, serão homenageadas vários tipos de mulher. As misteriosas de Neiva Passuello e Mercedes Brandão, a mulher sonhando e observando a cidade de Sandoval Tibúrcio. O feminino também permeia o quadro de Cássia Acosta e a cidade de Maribel Moratilla (da Espanha). A mulher-natureza está representada na árvore mística de Carlos Zemek, nas formas subtis de Teresinha Mazzei, nas areias da Patagonia na tela de Claudia Agustí. Na gravura de estilo contemporâneo de Valéria Sípoli. A mulher grávida do quadro de Ilia Ruiz é natureza e ternura.
O evento contará com a participação especial do ator Gerson Delliano, quem atuou na minissérie “Guerra do contestado”.
Além da homenagem à mulher, o evento tem o objetivo de difundir os trabalhos dos artistas e literatos junto ao grande público.

O Engenheiro que Curitiba esqueceu ....


HISTÓRIA


Texto de André Rodrigues/ Gazeta do Povo
 André Rodrigues/ Gazeta do Povo / Zulmara Posse e Elizabeth Amorim na exposição sobre obra de Eduardo Chaves, no Memorial de CuritibaZulmara Posse e Elizabeth Amorim na exposição sobre obra de Eduardo Chaves, no Memorial de Curitiba
ARQUITETURA

O engenheiro que Curitiba esqueceu

Eduardo Chaves ergueu palacetes numa Curitiba dada a enchentes. Obra do construtor caiu no esquecimento, mas a hora do resgate chegou.
Durante a primeira metade do século 20, um engenheiro e arquiteto de nome Eduardo Fernando Chaves (1892-1944) ergueu em Curitiba casas, edifícios, vilas e igrejas transformados em cartões-postais. Levam sua assinatura o Castelo do Batel; a Vila Odette, no Alto da Glória; e o Palácio Garmatter – onde hoje está instalado o Museu Paranaense. São três exemplos em meio a pelo menos 220 endereços, boa parte cheios de pompa e circunstância.

“Bem morar”
Obras levam curitibanos para dentro de casas que sonharam entrar
A pesquisa de Elizabeth Amorim e Zulmara Posse nasce afinada com outros trabalhos ocupados de mostrar mudanças sociais que passaram pelas salas, quartos e cozinhas das moradias. Um exemplo é o livro Em Casa, de Bill Bryson, publicado ano passado no Brasil. A própria Elizabeth é uma expert no ramo – é autora de sete obras em que analisa a arquitetura de asilos e escolas.
Em As Virtudes do Bem Morar a autora e sua parceira conseguem algo mais. Levam o leitor para dentro de casas que os curitibanos sempre sonharam entrar – a exemplo da Vila Odette, no Alto da Glória –, e os aproxima da intimidade de Mirós e Guimarães. Ao mesmo tempo, revelam uma Curitiba que se encontrava com os tempos modernos, adotando medidas higienistas, planejando-se e assumindo o posto de cidade moderna. Separar os espaços de intimidade e os de sociabilidade era preciso.
A obra é farta em referências aos solavancos de um município em busca de melhores serviços de telefonia e transporte público. É em meio a esse esforço para se civilizar, no início do século passado, que mansões do porte da Vila Olga, obra de Eduardo Chaves para a grande família de Caetano Munhoz da Rocha, surgem como uma espécie de monumento à arte de morar bem.
As autoras fazem um pequeno tratado de sociologia urbana ao descrever as rotinas, o tamanho das famílias e o exército de criados. Percebe-se a convivência dos modos de vida europeus com enchentes, problemas graves de saúde pública e abastecimento. Vários entrevistados contam que viviam como que em chácaras, quase isolados, espécies de Vale do Loire nas barbas do Rio Belém. Da janela podiam ver uma cidade que ganhava forma, e na qual desejavam estar. (JCF)
Serviço
Exposição Arquitetando Curitiba na Década de 1930, com fotos, plantas de mapas relacionados a Eduardo Chaves. Memorial de Curitiba – Salão Paraná, 2.º andar (R. Claudino dos Santos, s/n.º). Até agosto de 2013.
Estima-se que Eduardo tenha calculado, desenhado e construído o dobro desse número. Apesar dos seus feitos profissionais superlativos, arrisca que mesmo o curitibano mais versado em arquitetura – aquele capaz de discorrer sobre Kirchgässner, Meister ou Artigas como se fossem figurinhas da Bala Zequinha – tenha pouco a dizer sobre Chaves. Ele é o mais ilustre dos desconhecidos.
A “história” começou a mudar faz pouco mais de três anos, quando a historiadora e arquiteta Elizabeth Amorim de Castro e a antropóloga Zulmara Posse decidiram pesquisar uma dezena de construções assinadas por Eduardo Chaves. Parecia simples, pelo menos até se depararem com uma monografia do próprio engenheiro na qual analisava 40 obras que tinha realizado na cidade. O projeto das pesquisadoras ficou quatro vezes maior.
Tempos depois, numa visita ao Arquivo Público Municipal, Beth e Zulmara encontraram outro grande lote de plantas de Chaves, o que fez a lista saltar para mais de duas centenas de edificações. Atiraram-se à papelada. A última prova de fogo veio quando um sobrinho de Chaves – que até então não tinha entrado em cena – falou de duas caixas de projetos guardados com a família. Não havia mais tempo. A essa altura, o livro As virtudes do bem morar (Ed. das autoras, 2012) já estava no prelo, acompanhado de uma exposição no Memorial de Curitiba e de um site.
“Apagamento”
Quando as tais caixas forem abertas, tudo indica que Eduardo Chaves vai ganhar um segundo volume. E, quem sabe, uma explicação para seu “apagamento” da memória local. É impressionante. Na exposição montada no Memorial, um grande mapa de Curitiba na década de 1930 mostra as ruas em que o engenheiro deixou algum trabalho. Parece não haver um quarteirão que não tenha sido tocado por ele. Mesmo assim, não é estudado, em parte porque os créditos de desenhistas e mesmo engenheiros, em tempos idos, eram tão raros quanto confusos.
As pesquisadoras, claro, têm lá suas hipóteses. O curso de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná é de 1962 e privilegiou desde o início a produção moderna, da qual, em tese, Eduardo Chaves não fez parte. Além do mais, construiu mansões para as elites mateiras, cafeeiras e para capitalistas do comércio, não raro aceitando fazer imitações de castelos europeus, prática que provoca urticárias nos puristas. Teria sido seu passaporte para o anonimato.
Residência Octavio Marcondes, na Avenida do Batel. Projeto arquitetônico de 1926Elizabeth Amorim

A pá de cal que faltava foi o status econômico de Chaves, que ao lado do irmão Gastão era um empreendedor agressivo, que amealhou fortuna à frente de uma verdadeira holding. A invenção de um incenerador doméstico de lixo, o “Cidel”, em 1943, por exemplo, engordou em muito sua conta bancária, reforçando a tese furada de que sucesso empresarial e capacidade criativa não podem frequentar a mesma mesa.
Boêmio, Chaves também era um visionário
Vitimizado por uma deformação na coluna, Eduardo Chaves era baixinho como um guri de 10 anos. Não se casou. Trabalhava como um operário, mas lhe restava tempo para frequentar os cafés boêmios da Rua XV, um Toulouse Lautrec das araucárias.
A originalidade do trabalho de Beth e Zulmara está em mostrar que se tratam de meias verdades. Chaves prestou serviços aos abonados, que encomendavam palacetes e bangalôs, mas também projetou casas de madeira e vilas operárias. Mais – atuava em sintonia com as concepções de planejamento urbano. E suas construções já antecipavam o modernismo, trazendo para a distante Curitiba uma ideia de casa para muito além de um abrigo em dias de chuva.
Palacete Lustosa, na Rua XV de Novembro esquina com Rua Barão do Rio Branco. Projeto arquitetônico de 1925. Edifício eclético, de uso misto. À direita, Edifício Carvalho Loureiro, projeto arquitetônico de 1940. Edifício de sete pavimentos, projetado e calculado por Eduardo Fernando Chaves, com linguagem modernista. São dois edifícios com linguagens diferentes e com apenas 15 anos de diferença entre ele. (Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)
As moradias de Chaves ofereciam áreas de sociabilidade, lazer, privacidade, iluminação, aconchego, entre outras virtudes. “Podiam ser rebuscadas e imitações, mas no interior se pode ver como ele projetou os espaços do bem viver”, ilustra Beth, sobre o impacto de ter criado suítes, banheiros internos e sistemas de água quente, o que indicava também uma revolução nos costumes. “Era um homem de seu tempo, conectado com o mundo. Um sujeito avançado, preocupado com o controle de epidemias, com a educação e com o futuro das cidades”, arremata Zulmara. Os depoimento de 22 moradores das edificações abastadas criadas pelo engenheiro confirmam as ditas da dupla Posse & Amorim. É, com folga, o momento mais cativante do livro. Em alguns casos, a memória é tudo o que sobrou – metade do que esse precursor criou já virou entulho, aumentando o pó sobre a personalidade que apresentou a cidade ao século 20.

Escritório e residência de Eduardo Fernando Chaves, na Rua Dr. Muricy (Elizabeth Amorim)

terça-feira, 5 de março de 2013

Exposição de Game of Thrones


Veja imagens da exposição de Game of Thrones que vai passar por SP
O inverno pode não ter chegado ainda, mas Game of Thrones vai chegar ao Brasil. Uma exposição com 70 artefatos usados na série (especialmente nas duas primeiras temporadas) vai rodar algumas capitais do mundo e vai chegar em São Paulo em abril.

A coleção é focada nas famílias Baratheon, Lannister, Stark, Targaryen e Greyjoy, com roupas, coroas, armas e armaduras usadas na série. Confira aqui algumas peças que você vai poder conferir de perto
:







HILMA AF KLINT MÃE DA ABSTRAÇÃO


A mulher que inventou abstração

Uma retrospectiva revisita o legado de Hilma af Klint, um desconhecido artista sueco quebrou figuração antes de Kandinsky e Mondrian

TEXTO DE  Estocolmo
Retrospectiva na Moderna Museet em Estocolmo no trabalho de Hilma af Klint.
Na discussão bizantina sobre quem foi o primeiro a chegar à abstração, muitos argumentam que o mérito foi Mondrian. Outros apoios Malevich, para Kupka ou, sendo um pouco Delaunay, generoso. Mas a grande maioria jura que deu o passo decisivo foi Kandinsky. O próprio pintor descaradamente proclamou-se o primeiro autor de uma pintura não-figurativa, que tinha assinado em 1911. "Sim, foi o primeiro de todos.Naquele tempo, não um pintor único abstrata usando o estilo. Em outras palavras, era uma tela histórica ", disse ele em sua correspondência sobre uma imagem que nunca poderia mostrar em público, já que ele havia perdido durante o seu exílio.
Dezenas de suas pinturas foram mantidos em um tanque de Estocolmo: sua família não acreditavam que tinha valor

O que Kandinsky não sabia era que um pintor desconhecido sueco teve linguagem, avançado figurativa quebrar pelo menos cinco anos antes dele. Pelo nome de Hilma af Klint,paisagem maravilhosa em Estocolmo do século, que foi formado em pintura pela lei escandinava que permitiu às mulheres concordam em educação artística. A filha de um almirante, ganhava a vida vendendo brandas paisagens naturalistas e desenho estudos anatômicos para a escola veterinária. Mas isso não era tudo o que sabia Hilma. No crepúsculo de seu pequeno estúdio, experimentando com outras pinturas, inspiradas por forças ocultas que se manifestam através de seu curso. Espiritualismo amador e teosofia desde a sua juventude, desenhou círculos concêntricos, ovais e espirais infinitamente grandes, destinados para simbolizar todo o cosmos, muitas vezes sob a influência da hipnose. Antes de 1915 chegou ao fim eo fim da figuração nas elites intelectuais boca de som, Hilma havia pintado mais de 200 composições abstratas.
Hilma af Klint.
Uma retrospectiva incrível no Moderna Museet em Estocolmo reexamina o seu legado até 26 de maio, a verificação da integridade de uma trajetória de grande no último inventário, Hilma teria pintado mais de mil obras para duvidar da estreiteza da história oficial abstração e lançar uma hipótese inovadora. E se esta mulher desconhecida foi o verdadeiro pioneiro da abstração? Se a história tivesse sido tão longe no escuro é por uma simples razão: o pintor morreu sem ter apresentado qualquer de suas pinturas abstratas. Em sua última vontade, ele pediu que não foram expostos até 20 anos após a sua morte, que ocorreu em 1944, aos 81 anos. "Ele estava convencido de que o mundo não estava preparado para ver o seu trabalho, talvez porque ele enfrentou a incompreensão das pessoas ao seu redor", diz o curador Iris Müller-Westermann. O artista foi membro do The Five , um grupo de mulheres pintores que aconteceram na década de 1896, reuniu-se uma vez por semana para a prática e esoterismo dibijar em estado semi-consciente. O grupo se desfez quando o pintor perguntou aos outros para participar de seu projeto. Eles se recusaram. "Ele disse que estava com muito medo", acrescenta Müller-Westermann.
Em seu testamento, ele pediu que seus quadros não foram expostos até 20 anos após a sua morte
 Até agora, o seu nome permaneceu numa órbita restrita, embora não tenha sido completamente desconhecido. Em 1986, uma exposição em Los Angeles e exibiu algumas de suas pinturas, como o Centro Pompidou faria cinco anos atrás, como parte de uma exposição sobre a presença do sagrado na arte contemporânea. No entanto, a extensão de seu legado não saltar sobre ele até o ano passado, quando o diretor do museu sueco, Daniel Birnbaum, era uma caixa de madeira gigante em seu escritório, na ilha de Skeppsholmen. "Lá dentro, eu encontrei óleos e aquarelas, estudos botânicos de plantas, flores e sementes com incompreensíveis diagramas matemáticos e cerca de 15.000 computadores portáteis que documentam seu processo criativo", diz Birnbaum. É difícil entender por que ninguém prestou a menor atenção por décadas. "Hilma não tinha filhos e deixou tudo para um sobrinho que nunca acreditou que ele pintou esta mulher excêntrica tinha valor", diz o diretor. Parte de sua família, muito religiosa, não teria apreciado o conteúdo esotérico de algumas telas e preferem se esconder em um armazém por décadas. Hoje, após o reconhecimento geralmente começam descendentes de língua que tia solteirona como um gênio. "A obsessão de decidir quem veio primeiro não parece interessante. Mas ela pintou assim anos antes ele fez Kandinsky invalidar estereótipos sobre mulheres artistas. Eles disseram que foram capazes de copiar, mas não para abrir novos caminhos. Hilma mostrado ser completamente falsa ", concluiu Müller-Westermann.
"Ele estava convencido de que o mundo não estava pronto para o seu trabalho", diz Comissário
Apesar do entusiasmo gerado pela descoberta da criação da arte contemporânea ainda parece relutante em levantar este pintor para a primeira divisão. Há alguns meses atrás, o MoMA se recusou a incluí-lo em sua agenda para a relutância de alguns de seus administradores.Em vez disso, a amostra pode ser visto neste verão no Hamburger Bahnhof, em Berlim, antes de se juntar mais tarde este ano no Museu Picasso de Málaga. Seus líderes também negociar o desembarque dos shows em Paris e Nova York de 2014, em uma viagem que teria que entrar o nome Hilma af Klint, de uma vez por todas, no panteão que certamente merece.

sexta-feira, 1 de março de 2013

JORNAL DA MANHÃ DIVULGA ATELIERS


Parabéns ao Jornal da Manhã pela matéria de Daniel Petroski no caderno MIX divulgando a Arte e nossos ateliers incentivando a população a iniciar um hábito saudável que é fazer Arte.
Mais informações 42 9962 5952
Parabéns ao Jornal da 
Manhã pela matéria 
de Daniel Petroski no 
caderno MIX 
divulgando a Arte e 
nossos ateliers 
incentivando a 
população a iniciar um 
hábito saudável que é 
fazer Arte.

Mais informações
 42 9962 5952

EDILSON VIRIATO - Artista, Orientador e Curador


Edilson Viriato                 

Edilson Viriato nasceu em Paraíso do Norte - PR. 

Vive e trabalha em Curitiba - Paraná, atuando como orientador, curador e artista plástico.

Freqüentou o atelier de Marize Canabrava, Paraíso do Norte.
Formação superior pela Escola de Musica e Belas Artes do Paraná em gravura, pintura, desenho, escultura.



Freqüentou o Atelier Solar do Barão.
Atualmente possui ateliê próprio onde desenvolve trabalho de gravura: metal, lito, xilo, serigrafia etc.
Participação em congressos, palestras, workshops e simpósios de arte:
Oficinas de performance com o grupo Xarandú e Tupi não Dá, Curitiba /PR EMBAP 1988.

Objetos e instalações com Marwing - Curitiba/PR 1988.
Participação em Grupos: WAM - artes plásticas, Grupo Portão - Dança, expressão corporal, performance e artes plásticas, Grupo Furiato - artes plásticas.

Vice-Diretor Cultural da APAP ( Associação Paranaense de Artistas Plásticos) 1993/94.

Integrou o Grupo de Restauração do MAP (Museu de Arte do Paraná) 1987.
Diretor Cultural do SESC Terceira Idade Curitiba PR 1989/90.
Curador de Mostras e Exposições a nível Nacional e Internacional.
Participação em vários salões, mostras, exposições Nacionais e Internacionais 
Ateliê: Lamenha Lins 725 Curitiba - PR


O Real, como nós o vemos?

A obra de Edilson Viriato
Propõe-se aqui o olhar sobre um artista de fortes raízes nas tradições brasileiras, onde sua obra, como também a literatura latino-americana, é claramente localizada e universal ao mesmo tempo.
Trata-se de um jovem artista que vem se impondo como um dos mais importantes da sua geração; seu nome é Edilson Viriato.
A primeira questão que devemos abordar é a de saber de qual Brasil estamos falando; não se trata de um Brasil do Norte ou do Centro, onde são ainda bastante claros os traços indígenas, nem do Nordeste onde a influência negra é muito forte. Mas do Brasil do Sul, formado por sucessivas ondas de imigrantes europeus que seguiram os portugueses e os espanhóis e transformaram essa região a partir do século XIX.
E será a "modernidade o momento de unificação da cultura brasielira, quando todos se identificarão pela procura de suas identidades, um identidade antropófaga, não no sentido de "Manifesto Canibal" de (...) nos anos 20, mas do "Manifesto Antropófago" de Oswald de Andrade centrado no núcleo "ético-mítico" da cultura brasileira, para quem a antropofagia era um ritual místico e lírico da "devoração mágica da natureza", uma festa de reconciliação que culmina com a refeição antropofágica, na qual o vencedor se apropria das qualidades daquele que ele está ingerindo. É a paródia do "modernismo" brasileiro, no qual a obra nasce pela "devoração" dos modelos importados (Roberto Pontual).(4)

A resposta Sul brasileira para esta "devoração mágica" pode ser identificada ao mito eslavo do "vampiro" (ou até mesmo do mito, de tradição européia, do "lobisomem"). O "vampiro" não come a carne, nem elimina completamente sua vítima, mas ao sugar seu sangue ele a transforma em um dos seus. "O Vampiro de Curitiba", é um conto bastante conhecido de Dalton Trevisan, (5) no qual o mito é interpretado como vampirismo sexual e social, mas também como auto-vampirisação : é o monólogo interior do "morcego" condenado a caçar nas trevas; uma tragicomédia que é a analise pessimista do ser humano numa sociedade provinciana e repressiva.
É neste sentido que Viriato produziu uma obra que fala do tabu, da farsa e da comédia do mundo (Curitiba foi a cidade que ele escolheu para viver e trabalhar). Cheia de alegorias pessoais, o cotidiano é a encenação por excelência, um cotidiano que se encontra numa fronteira mal definida entre realidade e irrealidade, verdade e imaginação. Ele pretende, antes de mais nada, criar um efeito, como no teatro, para provocar emoções e paixões pela revelação da ideologia desse cotidiano.
Da alegoria, que surge dos momentos reais e vividos e que são transformados pelo seu imaginário, ele produz simbolos como o "cachorro-piranha" (utilizado quase como uma assinatura), (6) o "sorriso-serrote", os dentes pontudos, as mãos, as pernas, o rosário, etc. Cada um tem sua história pessoal que pode ser transformado em desenho, em pintura, em gravura, numa instalação ou numa performance.

Seu trabalho é bastante complexo, deixando de lado as malícias irreverentes e irônicas de adolescente, toda a cultura ocidental é posta em crise, suas verdades e os seus conflitos: o homem, o erotismo, a vida e a morte, a religião e o sexo, a vanguarda e o kitsch, a ciência e a utopia; ele faz alusão a vida urbana. À força da imagem, à velocidade dos meios de comunicação, ao particular e ao coletivo, com desprezo e também com uma certa perversidade.
Mais que em Dada e mais que nas performances da "body-art", ele conseguiu aproximar o "celestial" com o "sujo", o imundo, o Deus e o Diabo. O barroco foi então transformado pelo expressionismo e contaminado pelo "tropicalismo", uma antropofagia de brincadeira que destrói os modelos artísticos para produzir uma estética do deboche lírico. 


Suas instalações, de evidentes raízes populares, buscam novos meios expressivos e anulam as fronteiras entre os gêneros de expressão: numa câmara mortuária em formade cruz, derivada do "carnaval tropicalista", Viriato encheu de imagens pessoais, de maliciosas coroas funerárias, de obsessivos simbolos fálicos alados, "corbeilles"de flores e de borboletas com agresivas marcas de campos de concentração, os "cachorros-piranhas" sempre presentes, os anjos e os santos psicodélicos que mostram seus dentes pontudos e vampirescos, tendo como irônicos títulos - PRECAUÇÃO: "Pai não nos deixe cair em tentação", TENTAÇÃO E SEXO: "Seduzindo os sedutores"; CRUCIFICAÇÃO: "Enquanto os cães ladram, um ladrão é crucificado, um anjo sonha em ser Batman e a Santa diz amén".
Concluindo com Viriato: "Eu gosto de brincar com todas estas coisas. Existe um elemento latino no colorido forte, no deboche, que procura retirar certas coisas do dia-a-dia da banalidade e apresentá-las com uma certa importância".(7)
Fernando A. F. Bini
Paris, março de 1995.
Artigo publicado na Revista REG Arts, Arts Plastiques, Revue semestriel, n. 2
Département Arts Plastiques, Université Paris 8.